A requalificação do Rio Lena esteve em destaque esta tarde, no âmbito da assinatura do protocolo que decorreu no castelo, entre o Município de Porto de Mós e a Agência Portuguesa do Ambiente. A cerimónia contou com a presença do Vice-presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Eduardo Amaral, do Diretor da E.Rio Unipessoal Lda., Pedro Teiga e do Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Pimenta Machado. Eduardo Amaral, vereador do pelouro do ambiente, agradeceu o empenho da APA para a concretização deste projeto que pretende “devolver o rio à comunidade” e criar condições, também para recuperar os sistemas de regadio traicionais que alimentam a prática agrícola no vale do Lena. O autarca alertou ainda para a necessidade dos municípios receberem mais apoios para a requalificação e construção dos sistemas de saneamento e deixou o desafio de ser criado um projeto piloto de avaliação e monitorização da quantidade de água existente no subsolo, de forma a poder ser uma grande reserva de água a utilizar no futuro, nomeadamente na zona do polje de Mira-Minde. Pedro Teiga, responsável pelo projeto, ressalvou a forma como toda a intervenção será realizada: com técnicas de engenharia natural com o objetivo de criar “um rio vivido por todos”. A encerrar a sessão, Pimenta Machado, Presidente da APA, reiterou a importância deste projeto, que acompanha a tendência da União Europeia para a requalificação e preservação dos recursos naturais. Reconhecendo a força que os autarcas têm feito nesse sentido, o presidente perfilhou a importância do projeto de requalificação do Rio Lena para a comunidade e para o ecossistema local e ainda para a preservação ambiental, nomeadamente no impacto que terá no combate às emissões de CO2. O acordo de colaboração entre a APA e a Câmara de Porto de Mós tem o valor de 500 mil euros, financiados pelo Fundo Ambiental. A intervenção decorrerá ao longo de 8 km, atravessando o Parque Verde de Porto de Mós, e inclui leito e margens do Rio Lena. O objetivo principal é dar resposta aos problemas e disfunções detetados, nomeadamente ao nível da estabilização das margens; conectividade fluvial e fragmentação da galeria ribeirinha e habitats associados, visando garantir o escoamento nas linhas de água; recuperar a conectividade fluvial; estabilizar e minimizar o impacto da erosão nos taludes marginais; recuperar a galeria ripícola e melhorar as condições biofísicas de suporte à biodiversidade; melhorar as condições de segurança na utilização do espaço fluvial, promovendo simultaneamente a sensibilização ambiental dos respetivos utilizadores. O conjunto destas soluções permitirá acelerar a regeneração natural do ecossistema ribeirinho, promovendo a médio prazo a existência de populações viáveis de espécies vegetais e animais características, enquanto reconstituem e protegem os taludes e margens contra a erosão fluvial e promovem a retenção natural de água no solo. No final, o Presidente da APA recebeu como lembrança a chave do castelo de Porto de Mós, como símbolo da parceria entre a APA e o município em projetos futuros.