Pedro Marques não desarma: o vereador dos Independentes quer saber quais as despesas que o chefe de gabinete da presidente da Câmara de Tomar fez até ao final de Abril último e, nesse sentido, está disposto a seguir até às últimas consequências. Na reunião do executivo que teve lugar nesta segunda-feira, o eleito dos IpT denunciou algumas palavras que Luís Ferreira terá colocado na sua página da rede social «Facebook». Pedro Marques acusou o ex-vereador do Partido Socialista de lhe chamar mentiroso e, por isso, diz mesmo que se tiver razão neste processo «alguém vai responder» por lhe ter chamado mentiroso. Recorde-se que o vereador dos Independentes quer saber quais as despesas que estão associadas ao Gabinete de Apoio à Presidência, sendo que até já terá tido resposta nesse sentido… do próprio Luís Ferreira. Pedro Marques não gostou e deixou expresso o seu descontentamento: «O requerimento é para ser respondido pela senhora presidente e não pelo seu chefe de gabinete. Ele com certeza ficou incomodado e mandou-me um mail e eu reencaminhei-o para a senhora presidente. Nem abri os documentos que lá vinham… O mais grave disto tudo é que o seu chefe de gabinete foi para o «Facebook» questionar se eu tinha a humildade de assumir que menti ou que me enganei na reunião de Câmara… E diz que eu procuro lançar suspeitas como faço frequentemente. Mas o que é isto? Eu menti? Acho que este assunto se calhar vai acabar mal… Apenas fiz um requerimento. Agora vamos ver se menti ou se a informação não vem correcta, se calhar sem culpa da senhora. Sobre este assunto, ainda a procissão vai no adro. Lembro-me muito bem que a senhora presidente quando entrou para o cargo, em relação às facturas que estavam ou não lançadas, ter dito que era tudo lançado em três dias. Espero que isso tenha acontecido. Espero que as despesas de 2014 não tenham sido lançadas em 2015. Só quero saber quais são as despesas… com viaturas, almoços e jantares, ajudas de custo… ».
Anabela Freitas, a presidente da Câmara de Tomar, não gostou das palavras empregues por Pedro Marques e garantiu que «não se passa nada» em relação a qualquer situação menos clara com as referidas despesas. A autarca considera, até, que todos os vencimentos auferidos pelos eleitos deveriam ser de domínio público: «A forma como o senhor diz que toda a gente sabe o que passa, dá a entender que se passa qualquer coisa. Mas não passa. O requerimento ainda não foi respondido pois há um parecer dos nossos juristas a dizer que as ajudas de custo estão no recibo de vencimento e estarmos a mostrar um documento pessoal… Há juristas que dizem que sim e outros dizem que não… Temos que encontrar um meio-termo. Parece-me muito bem que tudo aquilo que possamos receber seja público. Não vejo qualquer problema nisso. Não ando com carro de serviço, a menos quando vou para fora. Só coloquei ajudas de custo quando fui para a Polónia e Itália, no âmbito do Comité Europeu das Regiões e quando fui ao Congresso Nacional da Associação Nacional de Municípios. Almoços… ainda há dias tive cá a Rede de Judiarias e a Câmara teve que pagar o almoço».
Depois das explicações de Anabela Freitas, o vereador Pedro Marques “voltou à carga”, desta feita também para se dirigir a António Cúrdia, responsável pela Divisão Financeira da autarquia nabantina: «O requerimento verbal foi respondido até final de 2014 mas aquele requerimento que fiz por escrito refere-se a 1 de Maio de 2015. Depois vamos ver as despesas até 2015 e quando é que elas foram realizadas e foram pagas. O problema é esse… Por isso é que também disse numa recente reunião que o senhor chefe da divisão financeira devia preocupar-se mais com a parte financeira do que com a parte de contratualização. E fico-me só por aqui. Porque se se preocupasse mais, então as coisas de 2014 eram contabilizadas na altura certa. E se calhar não foram. Acabemos com os rumores. Se não tiver razão, é óbvio que peço desculpa, se tiver razão então alguém vai responder por me ter chamado mentiroso».