“A Vila Medieval não merece menos que um projeto cultural (…) que vai contribuir para a ação cultural de cidadania e de transformação cultural e social dos cidadãos.” As palavras são de Ana Saraiva, chefe da divisão de ação cultural da Câmara Municipal de Ourém, e foram proferidas à margem da conferência de imprensa que decorreu ontem, dia 20 de setembro, e que teve como objetivo fazer um balanço do Festival “Ourém – Vila Medieval em Setembro”, que teve lugar nos dias 10 e 11 deste mês.
A organização faz um “balanço francamente positivo” do Festival, que este ano contou com um “aumento de público”, inclusivamente de outros concelhos. Destacou o “grande envolvimento das várias equipas do Município”, mas também “ dos restaurantes e das coletividades” que, através desta “relação com o mundo, tiveram a capacidade de criar pratos de inspiração judaica”.
A qualidade de cada um dos momentos foi outro fator destacado pela responsável, referindo-se nomeadamente aos concertos que resultaram numa “conjugação muito boa”, confidenciando a satisfação da equipa de Rodrigo Leão, artista de qualidade nacional indiscutível, que se mostrou entusiasmado por atuar no castelo de Ourém”. A responsável lembrou também as “vicissitudes” de fazer um evento destes num local como a Vila Medieval, referindo-se nomeadamente às questões logísticas, realçando o esforço de todos na concretização deste objetivo.
Este aspeto foi igualmente abordado pelo presidente da Câmara Municipal de Ourém, Paulo Fonseca, ao frisar que “não seria possível que um município desta dimensão fosse tão ousado, se não tivesse entre si elementos de tanta energia, disponibilidade e empenho”. Paulo Fonseca aproveitou para esclarecer o que para ele é um “não assunto” e que se prende com a existência, ou não, de uma antiga sinagoga na Vila Medieval de Ourém e que tem sido discutido pela opinião pública.
Começou por lembrar que este festival resulta de um protocolo com a Fundação Casa de Bragança e que tem como um dos objectivos a promoção de um conjunto de eventos que valorizem culturalmente a Vila Medieval e a promovam no Mundo. “Foi o que aconteceu no ano passado com o tema relacionado com o mediterrâneo, e o que aconteceu este ano com a cultura judaica” realçando que, o que na verdade se pretende é “projetar Ourém através dos percursos e da diáspora que os ourienses puderam promover e construir em todo o mundo.” Em relação à temática deste ano, Paulo Fonseca destaca a existência de um “conjunto de fatores que evidenciavam a presença judaica” na Vila Medieval e que foram estudados e apresentados por especialistas da área. “O que fizemos foi aproveitar mais esse aspecto de visibilidade com conotação cultural e turística”. Relativamente à existência de uma pretensa sinagoga, o Município propôs a aquisição do imóvel, onde serão realizados um conjunto de estudos arqueológicos, “que possam concluir coisas credíveis e idóneas”.
Ana Saraiva, reforçou esta ideia, afirmando que “os técnicos do Município não são especialistas da matéria e, em momento algum, proferem situações que possam não ser confirmadas”, lembrando que este foi um assunto trabalhado por especialistas e que “a confirmação da presença judaica foi a peça-chave para nos ajudar a sedimentar esta temática para 2016.”. O ouriense Francisco Vieira de Figueiredo e as suas viagens pelo Oriente vão inspirar temática do próximo ano.
Vídeo “Ourém-Vila Medieval em Setembro” https://youtu.be/qvYm9SWeg8o
