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OURÉM – Santuário de Fátima distribuiu 10 milhões de euros em ajuda social e apoio à Igreja nos últimos sete anos

O Santuário de Fátima apresentou, em conferência de imprensa, as contas relativas ao itinerário celebrativo do Centenário das Aparições, no período entre 2010 e 2017. O Pe. Vitor Coutinho, vice-reitor do Santuário, explicou que foram distribuídos mais de 10 milhões de euros em ajuda social e apoio à Igreja em Portugal, nos últimos sete anos. O financiamento nestas duas “áreas específicas” ascendeu a 5,2 milhões de euros em apoios de caráter social em Portugal e estrangeiro, sobretudo em projectos e obras com ligação a Fátima, e a 4,8 milhões de euros em ajudas à Igreja Católica em Portugal.

Os valores foram justificados pelo reitor, Pe. Carlos Cabecinhas, por uma preocupação “constante” com a realidade social, sobretudo “no contexto da crise em que o país entrou”. O Santuário de Fátima informou que os projetos e iniciativas do programa celebrativo tiveram um custo de 1.549 225 euros, a que se somaram despesas diretas com a visita papal de maio deste ano, num total de 560 425 euros. O Pe. Vitor Coutinho explicou que estes valores são relativos a “mais de 150 iniciativas, algumas com maior visibilidade do que outras, com projetos que tiveram custos pontuais e outros que exigiram um financiamento dilatado no tempo”.

A “proporcionalidade entre o custo da iniciativa e o alcance ou impacto esperado” foi um dos critérios que presidiu às escolhas do Santuário que, ao tomar determinadas iniciativas em mão, “teve sempre em vista o número de pessoas a que poderia chegar, a possibilidade de ser perdurável no tempo e o relevo do evento a que estava associado”. Como exemplo, o responsável disse que o Santuário investiu 128 mil euros num espetáculo que foi oferecido a mais de 9 mil pessoas e que a sessão de encerramento do Centenário teve um custo de 140 mil euros, tendo sido seguida em direto por 100 mil pessoas. No caso da visita do Papa Francisco, houve custos com infra-estruturas que anteriormente foram assumidas pelo Estado e desta vez tiveram de ser totalmente assumidas pelo Santuário de Fátima, como foi a montagem da sala de imprensa , para os cerca de 2000 jornalistas acreditados.

Segundo o também Coordenador da Comissão Organizadora do Centenário das Aparições, “tudo foi planeado, decidido e executado tendo em conta sempre o objetivo maior de servir os peregrinos e visitantes do Santuário e de ir ao encontro dos inúmeros devotos e interessados em Fátima, em todo o mundo. Todas as iniciativas se enquadram neste propósito de criar condições de acolhimento, de diversificar as propostas de atividades e os apoios a todos os que passam por Fátima. Não poderia ser de outra forma, uma vez que a fonte de receitas desta instituição é constituída, precisamente, pelas ofertas dos peregrinos e benfeitores”. “Neste sentido, todas as decisões de gastos foram cuidadosamente ponderadas, todos os processos foram submetidos a rigorosa análise de custos e respetivos benefícios, teve-se sempre em conta a missão geral do Santuário, tentámos fazer o melhor possível com os menores custos que se conseguiram negociar, houve a preocupação constante de não despender qualquer verba que parecesse desnecessária, excessiva ou que não se traduzisse em benefício para as pessoas que procuram Fátima”, referiu ainda. Por outro lado, acrescentou “sabíamos que era necessário responder às inúmeras expectativas associadas a uma efeméride tão significativa em Portugal e no Mundo, que permitisse levar o espírito jubilar do Centenário a milhões de pessoas por muitos países. Impunha-se que tudo o que se apresentasse tivesse uma qualidade que honrasse as expectativas”. O vice-reitor disse ainda que “muitos destes projetos estiveram sujeitos a negociações” com artistas e autores, com “alguma confidencialidade” nos contratos específicos. Neste balanço feito hoje no Santuário de Fátima não estão incluídas as intervenções de obras no novo altar e na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

O Pe. Carlos Cabecinhas, reitor do Santuário de Fátima, realçou que estas são obras que não estavam “diretamente dependentes” do Centenário das Aparições e que a opção do Santuário tem sido “não divulgar os custos” dos investimentos, face à “indefinição” que permanece em volta de “questões tributárias” ligadas à Concordata. O responsável apontou, para o futuro, a necessidade de uma requalificação “mais profunda” do Recinto de Oração, para melhorar as condições de acolhimento dos peregrinos. Estima-se que participaram em celebrações cerca de 50 milhões de peregrinos e terão passado mais de 70 milhões de pessoas pelo Santuário ao longo dos últimos sete anos. O Pe. Carlos Cabecinhas, reitor da instituição, disse que este período confirmou a “dimensão mundial de Fátima”, como Santuário e como Mensagem, com uma participação que “superou” as expectativas “mais otimistas”.