As palavras são de Paulo Fonseca, presidente da Câmara Municipal de Ourém, e foram proferidas à margem de uma reunião que decorreu ontem, sobre o Programa Eco-Escolas. Divulgar o programa e angariar mais escolas a participar no mesmo, foi o principal objetivo desta reunião que contou também com a presença da coordenadora nacional do Eco-Escolas, Margarida Gomes, e de representantes das escolas do concelho, assim como de parceiros do programa. Paulo Fonseca recordou “com bastante orgulho” que, no concelho de Ourém, “já existem um conjunto de boas iniciativas viradas para as Eco-Escolas”, deixando também o desafio de “continuarmos a crescer no concelho nesta questão”.
Paulo Fonseca referiu ainda que, há uns anos atrás, “a consciência ambiental era uma coisa inexistente ou, pelo menos, residual” mas, felizmente, “hoje em dia, as coisas transformaram-se quer em Portugal quer na Europa”. E é aqui que entra, segundo o Presidente, a existência de “uma nova consciência pedagógica, por parte dos mais novos em relação aos mais velhos”, acrescentando também que “é aí que reside a esperança de que as coisas possam modificar-se para que, do ponto de vista da sustentabilidade, possamos ir evoluindo e ser melhores amanhã do que hoje”. As escolas são então incontornáveis nesta matéria, “é nas escolas que existe o primeiro passo de transformação desta mentalidade”.
De seguida, o Programa Eco-Escolas foi apresentado por Margarida Gomes, Coordenadora Nacional do Programa. Este Programa, há 20 anos em Portugal, tem vários temas associados: como temas-base tem a água, os resíduos e a energia, e como temas complementares tem os espaços exteriores, a biodiversidade, o ruído, as alterações climáticas e a floresta. Já os temas atribuídos ao ano 2015/2016 são a agricultura biológica, o mar, a mobilidade sustentável, a alimentação saudável e sustentável. O Programa deve envolver a comunidade, especialmente professores, alunos, encarregados de educação, o próprio Município, entre outros. Para Margarida Gomes, a grande diferença entre uma Eco-Escola e uma não-Eco-Escola, “não é tanto no conhecimento que têm, que é parecido, mas sim, na capacidade de liderança, de envolvimento, de serem pro-ativos e estarem envolvidos em projetos e em ações”.
Para Receber a Bandeira Verde, a escola tem de demonstrar ter seguido a metodologia dos 7 passos: Conselho Eco-Escolas, Auditoria Ambiental, Plano de Ação, Trabalho Curricular, Monitorização e Avaliação, Envolvimento da Comunidade e Eco-Código. Em Ourém há 4 escolas com Bandeira Verde, e todas tiveram a possibilidade de partilhar e divulgar as suas Boas Práticas na reunião. Ana Aleixo, do Centro de Estudos de Fátima (CEF), refere que o Centro “está associado ao projeto desde o ano letivo 2007/2008”, hasteando então, este ano, a sua 8.ª Bandeira Verde consecutiva. No CEF, realizam-se várias ações: desde recolha de pilhas, reutilização de materiais, ações de limpeza, até reflorestação, manutenção do Painel Eco-Escola, realização dos vídeos EcoMinuto, criação da EcoBanquinha, entre outros.
Iolanda Faria, do Colégio do Sagrado Coração de Maria, começou por referir que o Colégio está no projeto há 8 anos, sendo ela responsável pelo mesmo há 5. Esta Eco-Escola, igualando o CEF, já hasteou 8 Bandeiras Verdes consecutivas. A escola mantém um blog, onde os alunos respondem a questionários, e um painel Eco-Escolas. O seu Eco-Código encontra-se disponível em todas as salas de aulas e conta com 10 princípios. O Colégio sensibiliza também os seus alunos para a Regra dos 3’Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. Os alunos constroem os seus próprios ecopontos, que são distribuídos pelos espaços da escola. A escola dedica-se também à recolha de pilhas, participação em concursos, ações de sensibilização, entre outros. Patrícia Rosário, do Colégio São Miguel, é a responsável pelo projeto desde que este chegou à escola, há 6 anos. Para Patrícia, “o programa Eco-Escola vai reforçar a ligação entre escola e ambiente”. O colégio realiza todos os anos o Dia da Eco-Escola, assim como cartazes de sensibilização, jogos, recolha de pilhas e ações de jardinagem, entre outros. Maria Gracelinda Marques, da Escola Básica e Secundária de Ourém, apresentou um vídeo com algumas das atividades realizadas pela escola, como experiências sobre os tipos de solos, desfiles de moda, Dia da Terra, Dia da Primavera, Dia da Floresta, entre outros.