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OURÉM – Mais de 20% da população está sem médico de família. Luís Albuquerque vai pedir explicações ao Governo

Luís Miguel Albuquerque, presidente da Câmara de Ourém, aproveitou a recente sessão do executivo para apresentar uma declaração relativa à pasta da Saúde no concelho, mais concretamente a falta de médicos nos centros de saúde para os utentes oureenses, tema que será exposto numa reunião com António Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, já nesta quinta-feira, dia 19 de agosto. «Neste exercício autárquico, dentro das nossas competências, temos dedicado especial atenção ao contexto da saúde, onde temos vindo a procurar melhorar as condições das infraestruturas das diversas extensões e unidades de saúde no concelho, através de avultadas ou cirúrgicas intervenções. O objetivo destas obras e desta política de atuação é dotar estes serviços de melhores condições para médicos e utentes, contribuindo para uma melhoria dos cuidados prestados nestes locais, muitas vezes fator de queixas e determinante para uma fixação mais longa dos médicos. Modestamente, julgo que o concelho tem feito a sua parte neste domínio, sendo que a curto prazo irão iniciar-se mais duas empreitadas nos locais de Rio de Couros para a requalificação do existente e em Caxarias através da construção de novo edifício. Contudo, recentemente, o estado da saúde no concelho de Ourém é um tema que nos vem preocupando e que se não houver medidas concretas, chegaremos a um ponto muito difícil. Este panorama levou-nos a solicitar uma audição ao Sr. Secretário Adjunto e da Saúde, Dr. António Lacerda Sales, que se realizará na próxima quinta feira, dia 19 de agosto. O panorama do concelho é o seguinte: neste momento há um agravamento da falta de médicos, traduzindo-se num aumento dos números de utentes Oureenses sem médico de família, na grande maioria das freguesias do concelho, refletindo-se em mais de 10.000 utentes sem médico de família, mais de vinte por cento da população total do concelho; Estes números têm vindo a ser ocasionalmente supridos, de modo sempre temporário e precário, através de médicos contratados através de empresas, originando instabilidade no estado da prestação dos cuidados de saúde nestes locais e nunca havendo uma solução definitiva para estas situações; Recentemente soubemos os resultados do concurso de 1.ª época dos recém-especialistas de Medicina Geral e Familiar, onde existiam duas vagas para o concelho de Ourém e que ficaram ambas por preencher, notícia que não ajudará a reverter este estado; Além disso, fruto de concurso de mobilidade, temos conhecimento que mais um médico irá sair do concelho brevemente, agudizando mais este cenário; O contacto do Município de Ourém com a entidade ACES Médio Tejo tem sido permanente no sentido de invertermos esta situação, onde já foram disponibilizadas da nossa parte todas as condições para que mais médicos possam vir para o nosso concelho. Dirigimo-nos desta feita à tutela para explicarmos o panorama do concelho de Ourém, onde há excelentes condições nas instalações e edifícios para a prestação dos cuidados de saúde de proximidade, mas que não há médicos para suprir as carências existentes e que será necessária uma resposta do Governo para esta situação tão brevemente quanto possível, face ao ponto crítico que atualmente se verifica. É bom recordar que somos o maior concelho do Médio Tejo, agora ainda mais reforçados depois de conhecidos que são os números dos Censos de 2021. O concelho de Ourém não tem um hospital, há um crescimento do número de utentes sem médico de família havendo uma deterioração dos serviços prestados no concelho, situação que é urgente intervir, tudo a bem da defesa das nossas populações».