Cerca de mil participantes, vindos de vários pontos do país e do estrangeiro, marcaram presença no concelho de Oleiros no passado sábado, no lançamento do Trilho Internacional dos Apalaches português, naquele que foi provavelmente o maior acontecimento do género na região nos últimos tempos. Com este novo e desafiante percurso de 37 km, situado integralmente no concelho de Oleiros e intitulado GR 38 – Grande Rota Muradal-Pangeia, Portugal passou a ter um dos Trilhos Internacionais dos Apalaches, o maior de pegadas humanas do mundo, visitado anualmente por quatro milhões de pessoas. O percurso promovido pelo Município de Oleiros e pelo Geopark Naturtejo, em parceria com as Juntas de Freguesia de Estreito-Vilar Barroco, Orvalho e Sarnadas de S. Simão, irá servir os amantes da natureza e do turismo ativo, sendo um dos produtos estratégicos que irão reforçar o posicionamento do território através de uma rede internacional de prestígio. Por outro lado, esta aposta reflete o potencial turístico do concelho, comprovado pela evolução do número de dormidas nos últimos anos, assim como pela capacidade de internacionalização em mercados em crescimento, como o americano. Para além da expressiva adesão de participantes, realça-se o envolvimento das comunidades que habitam a envolvente da Serra do Muradal (Cardosa, Estreito, Orvalho, Póvoa da Ribeira, Sarnadas de S. Simão e Vilar Barroco), as quais se empenharam e revelaram um genuíno saber-receber. Também as associações locais deram as mãos e contribuíram para o sucesso da organização deste evento, como é o caso das associações de desporto aventura Trilhos do Estreito e Pinhal Total, da associação “Os Cucos” de Vilar Barroco e dos Bombeiros Voluntários de Oleiros. As deslumbrantes paisagens deram o mote neste percurso, onde não faltou a mais típica gastronomia ou a presença de 20 alpinistas que desfrutaram das 14 vias de escalada da Crista de Zebro e da via ferrata (a segunda do país), de amantes do BTT e de praticantes de asa delta que coloriram os céus da região. A animação foi assim uma constante ao longo de uma exigente Caminhada, numa harmoniosa sintonia entre as tradições locais e ancestrais, a cargo d´ “Os Bombos da Cardosa” e da Companhia de Teatro Viv´arte. No final, a satisfação era geral. Para os resistentes que conseguiram concluir os 23 km, a prova foi superada; para todos os habitantes locais, o orgulho era evidente e para quem veio de fora, registando-se a adesão de vários grupos especializados de caminheiros oriundos de vários pontos do país, este foi sem dúvida um dia inesquecível e a oportunidade de percorrerem o mais diferenciador dos percursos pedestres nacionais, com a chancela IAT (International Appalachian Trail), num território classificado pela UNESCO.