O projeto CAMINHOS, criado este ano pela Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, vai iniciar a segunda etapa da sua intervenção nesta região do centro do país, ligando os traços presentes na cultura, nas gentes e no património de cada um dos seus 13 concelhos: Abrantes, Alcanena, Constância, Entroncamento, Ferreira do Zêzere, Mação, Ourém, Sardoal, Sertã, Tomar, Torres Novas, Vila de Rei e Vila Nova da Barquinha. Uma iniciativa idealizada com a consciência de que o património não tem alma sem as pessoas e que os Caminhos são feitos por quem os percorre (seja todos os dias, seja pontualmente), e se cruza com as paisagens, os monumentos, os espaços culturais, as casas, as praças, as ruas.
O mote “Médio Tejo – Uma região a caminho” norteia os roteiros de descoberta deste território e as propostas de animação cultural, em três momentos diferentes no ano, tendo como referência os percursos desenhados pelas linhas férreas, os leitos dos rios e as estradas e caminhos que marcam o centro do país. Esta é uma das zonas mais ricas em património histórico e natural e, talvez, uma das que ainda encerra mais segredos em Portugal. Muitos dos lugares mágicos destes concelhos irão servir de palco aos artistas convidados nos Caminhos da Água: da Gruta de Avecasta, em Ferreira do Zêzere, às praias fluviais de Carvoeiro e Ortiga, em Mação, ao centro geodésico de Portugal, em Vila de Rei, além dos largos e praças das cidades, onde se viverão momentos únicos, entre os dias 13 e 16 de julho. Difícil será escolher o caminho a percorrer.
A primeira etapa destes “Caminhos” percorreu-se no Médio Tejo entre 11 e 16 de abril e foram milhares as pessoas que obtiveram o carimbo dos Caminhos do Ferro no seu passaporte de caminhantes culturais. Esta rede de itinerância cultural envolveu os concelhos de Abrantes, Entroncamento, Mação, Tomar e Vila Nova da Barquinha, onde se realizaram residências artísticas, concertos, workshops, percursos artísticos e espetáculos de teatro, dança e novo circo. Houve uma excelente adesão do público, que se uniu ao projeto nos centros históricos, praças públicas, estações ferroviárias, centros culturais, monumentos e parques ribeirinhos. As populações não se limitaram a assistir e participaram em algumas ações, como foi o caso de 50 dançarinos amadores envolvidos no projeto comunitário “Andar”, que terá continuidade em julho. Os Caminhos do Ferro realizaram-se em concelhos com infraestruturas ferroviárias e os Caminhos da Água serão percorridos nos que convivem diariamente com os rios Zêzere e Tejo (Abrantes, Alcanena, Mação, Constância, Ferreira do Zêzere, Sertã e Vila de Rei.). Em outubro, o projeto termina a sua programação anual com os Caminhos da Pedra, associados às estradas que ligam a região.