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MÉDIO TEJO – Profissionais do Centro Hospitalar integram comitiva humanitária para resgate de refugiados de guerra

Lyudmyla Belmeha, enfermeira da Unidade de Torres Novas desde 2014, e Oksana Zrazhevska, enfermeira também em Torres Novas desde 2018, são as profissionais de saúde do CHMT – Centro Hospitalar do Médio Tejo que integram a caravana humanitária de resgate de refugiados de guerra junto à fronteira da Polónia com a Ucrânia, organizada pelos 13 municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. Esta missão vai disponibilizar um porto seguro nos concelhos do Médio Tejo, a 150 cidadãos de nacionalidade ucraniana – a sua esmagadora maioria mulheres, crianças e idosos.
As profissionais de saúde, de nacionalidade ucraniana, não hesitaram associar-se à iniciativa que mereceu a apoio incondicional do Conselho de Administração do CHMT, que disponibilizou o acompanhamento das profissionais de saúde nesta missão, e cedeu todo o material médico para prestação dos primeiros cuidados de saúde à chegada à fronteira da Polónia.

Lyudmyla Belmeha e Oksana Zrazhevska têm ambas familiares próximos a residir no país em guerra, e terão a seu cargo duas funções da maior importância nesta missão de resgate – a de intérpretes e a prestação de cuidados de saúde, como a testagem à COVID-19, que será efetuada a todos os refugiados, o tratamento de queimaduras provocadas pelas baixas temperaturas e desidratação, entre outros. As enfermeiras vão ainda preparadas com um kit de partos, na eventualidade de alguma cidadã ucraniana entrar em trabalho de parto durante a viagem até Portugal, que tem a duração estimada (ida e volta) de cerca de uma semana.

Lyudmyla Belmeha, 57 anos, diz-nos, a partir de chamada telefónica, já na fronteira entre Portugal e Espanha: “𝐍𝐚̃𝐨 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐨 𝐦𝐞𝐝𝐨, 𝐚𝐜𝐞𝐢𝐭𝐞𝐢 𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐚𝐟𝐢𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐝𝐞 𝐨 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐚 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐯𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐞́ 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚𝐫 𝐦𝐚𝐢𝐬!” Oksana Zrazhevska, 48 anos, parte segunda-feira de madrugada e partilha: “𝐄𝐬𝐭𝐚 𝐦𝐢𝐬𝐬𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐦𝐢𝐦. 𝐃𝐞 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐫 𝐭𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚𝐬, 𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐚̃𝐨 𝐚 𝟖𝟎𝟎 𝐤𝐦 𝐝𝐞 𝐟𝐫𝐨𝐧𝐭𝐞𝐢𝐫𝐚. 𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦, 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐭𝐫𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐨𝐬 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐯𝐨𝐮… 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐢… 𝐄́ 𝐮𝐦𝐚 𝐧𝐞𝐜𝐞𝐬𝐬𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐫 𝐚𝐥𝐠𝐨!” Quando perguntamos às profissionais de saúde como vão descrever Portugal às pessoas que vão resgatar, as enfermeiras do CHMT, não poupam nas palavras. ““𝐕𝐨𝐮 𝐝𝐢𝐳𝐞𝐫-𝐥𝐡𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐫-𝐬𝐞 𝐞𝐦 𝐜𝐚𝐬𝐚 𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐚𝐫 𝐧𝐮𝐦𝐚 𝐔𝐜𝐫𝐚̂𝐧𝐢𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐞𝐪𝐮𝐞𝐧𝐚 𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐜𝐚𝐥𝐨𝐫! 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥, 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐦𝐢𝐦, 𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐮𝐦 𝐦𝐮𝐬𝐞𝐮 𝐚 𝐜𝐞́𝐮 𝐚𝐛𝐞𝐫𝐭𝐨”, diz Lyudmyla Belmeha. Oksana Zrazhevska remata: “𝐍𝐚̃𝐨 𝐡𝐚́ 𝐧𝐞𝐧𝐡𝐮𝐦 𝐩𝐚𝐢́𝐬 𝐢𝐠𝐮𝐚𝐥 𝐚 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥, 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐦𝐚𝐧𝐡𝐚̃ 𝐞 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐬 𝐚 𝐭𝐮𝐚 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚 𝐮𝐦 𝐬𝐚𝐜𝐨 𝐝𝐞 𝐛𝐚𝐭𝐚𝐭𝐚𝐬 𝐨𝐮 𝐚𝐦𝐞𝐢𝐱𝐚𝐬, 𝐨𝐮 𝐚𝐥𝐟𝐚𝐜𝐞𝐬. 𝐎𝐮 𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐭𝐨𝐝𝐚 𝐚 𝐠𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐞𝐫𝐠𝐮𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐬𝐞 𝐭𝐮 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬𝐚𝐬 𝐚𝐣𝐮𝐝𝐚. 𝐄𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐬𝐞𝐦 𝐩𝐚𝐥𝐚𝐯𝐫𝐚𝐬. 𝐄𝐬𝐭𝐨𝐮 𝐠𝐫𝐚𝐭𝐚!”

À chegada da caravana humanitária à região do Médio Tejo, todos os cidadãos ucranianos serão atendidos no CHMT, por uma equipa dedicada, que integra dois médicos de nacionalidade ucraniana, que examinarão o estado de saúde dos refugiados, como explicarão, na sua língua materna, o funcionamento e acesso ao Serviço Nacional de Saúde.