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MÉDIO TEJO – Caminhos da Pedra são em Outubro

Raramente se dança no final do Caminho… mas foi o que aconteceu. E não foi uma dança de despedida mas sim de alegria, ao som de Batida, em Constância – o cenário perfeito para encerrar os Caminhos da Água, no eterno abraço do Tejo com o Zêzere. Até porque apenas se disse ‘até já’: em outubro, de 12 a 15, há Caminhos da Pedra.

Foram milhares, mas não é o número exacto de importa. Foram muitos os passos dados, os quilómetros percorridos, para fazer parte do Caminhos da Água. A banda Lavoisier fez com que muitos acorressem à Gruta de Avecasta, em Ferreira do Zêzere, apenas para se maravilharem com o cenário inusitado e a música poética do duo que não deixou ninguém indiferente. Ainda em Ferreira do Zêzere, mas em Dornes, uma das aldeias “Maravilha” do país, os Birds Are Indie encantaram ainda mais a atmosfera única com os seus ritmos.

Em cada um dos sete concelhos um(a) artista mostrou o que sentiu durante o mês de residência e pulsou identidades através de percursos artísticos que ficam para a região. Tiago Correia (Dornes), Marina Palácio (Abrantes), Paulo Condessa (Sertã), Gustavo Costa (Vila de Rei), Susana Gaspar (nascente do Alviela em Alcanena), Ana Trincão (Constância) e Luís Carmelo (Mação) não deixaram pedra por levantar nem palavra por pesquisar ou partilhar. Desde os imersivos audiowalks em Dornes e Constância, à música tradicional e identitária em Mação, passando pelos sons escondidos de Vila de Rei às descobertas do Alviela ou os produtos únicos do comércio de Abrantes e a solenidade do olhar e audição da Sertã, nenhum passo foi dado no Caminhos da Água sem sentir.

Os Caminhos fizeram-se ainda de mais alegria com os LAMA e o seu espetáculo “Carripana” a “intrometer-se” pelas praias fluviais, praças e jardins de cada um dos municípios. Os Drama & Beiço criaram desde o primeiro dia a perfeita banda sonora para uma visita ao Médio Tejo com os seus sons alegres e contagiantes, que deram ainda mais cor à região. Vincent Glowinski a todos espantou com “Human Brush”. O francês, pintor de formação, não deixou por mão alheias os créditos mundiais que lhe atribuem. Em Montalvo (Constância) e Abrantes, a sua performance levou cada um dos espectadores numa viagem muito diferente, explorando a profundidade da existência. Mão Verde, projeto de Capicua e Pedro Geraldes, marcou os pensamentos de miúdos e graúdos na Sertã questionando a consciência do que somos e o nosso compromisso com a ecologia.

O Teatro do Frio aqueceu as noites de Vila de Rei e Constância com “Concerto Para Estrelas” (esgotados, escreva-se). “Um Solo sem S”, de Teatro de Ferro, partilhou o palco do Cineteatro São Pedro em Abrantes. Depois de iluminar um castelo que não precisa de luzes, de tão belo que é (Almourol, em abril), o Baile dos Candeeiros, da Radar 360º, voltou para a Água rejuvenescendo as praças e jardins de Mação e Alcanena. O mote “Médio Tejo – uma região a caminho” vai continuar a nortear os roteiros de descoberta deste território e as propostas de animação cultural, assentes num conceito inovador de programação em rede, unindo os 13 municípios da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo.

Os Caminhos acontecem em três momentos diferentes no ano, tendo como referência os percursos desenhados pelas linhas férreas, os leitos dos rios e as estradas que marcam o centro do país. De 12 a 15 de outubro cumpre-se a última etapa deste projeto de cultura em rede, com novas propostas que prometem, uma vez mais, surpreender o público mais exigente, ávido de novos caminhos.