Um novo regresso aos “clássicos”. Ou será de dizer “tesouros”?! A sugestão de leitura para hoje é o livro “Monumentos Históricos do Concelho de Mação”, de Maria Amélia Horta Pereira. Editado em 1970 pela Câmara Municipal de Mação, é um livro raro com um excelente apêndice documental onde se fundamenta o estudo histórico de Maria Amélia Horta Pereira sobre Mação. São mais de 600 páginas de história de Mação e de Portugal.Uma obra científica, ilustrada com fotos e desenhos, que nos elucida sobre a História, a Arqueologia, os Monumentos, a Fauna, a Flora, a Hidrografia, a Orografia e a Etnografia, a Organização Administrativa, a Toponímia do Concelho de Mação.Com cerca de 610 páginas é uma obra imprescindível aos estudiosos e a quem escreve sobre a região.A fim de despertar o seu desejo de ler a obra, transcrevemos aqui uma breve passagem:
«As populações, atraídas pelo Rio, fixaram-se devido ao ouro, porque presumivelmente, então, como agora, aquelas terras montanhosas não teriam grande valor agrícola […].
Na toponímia local ficaram nomes plenos de significado, como Lavadouro, Escalvadouro e Coadouro. Quanto à Grande Ribeira da Pracana, afluente do Ocreza, ladeada de inúmeros algares, vestígios de explorações subterrâneas, que os Romanos praticavam por dois processos, poços e galerias, deve talvez o seu nome a essas minas: […] ‘ os povos da Hispânia chamam a esses blocos (de ouro, retirados dos poços) palacres ou palacranas’. PalacrasHispani, aliipalacranas.No século XIII a Ribeira ainda se chamava de Paracana… Teríamos pois Palacrana>Paracana>Peracana>Pracana, ou seja, a Ribeira dos Blocos de Ouro. Hipótese apoiada pela arqueologia e até pela prática: ainda hoje as gentes da região, nas estações mortas, vão para ali recolher ouro.»In Monumentos Históricos do Concelho de Mação, de Maria Amélia Horta Pereira, C. M. de Mação, 1970.www.cm-macao.pt