O desabafo é de Jorge Gama, comandante dos Bombeiros de Vila Nova da Barquinha e ainda responsável pelo Grupo de Reforço de Incêndios Florestais de Santarém que esteve durante os últimos dias no combate aos fogos que devastaram parte do Médio Tejo, casos da Sertã, Vila de Rei e, em especial, Mação: «Quando é que respeitam os bombeiros?», questionou num texto publicado na rede social «Facebook». Jorge Gama não gostou que o Comando Operacional da Protecção Civil – que prestava informações nos pontos de situação com a comunicação social – tivesse apontado mérito exclusivo às máquinas pesadas militares e ainda à GNR como fundamentais na contenção do incêndio de Mação. O Comandante assegura que «num dos sectores que tinha fogo activo» estava na companhia de «bombeiros» e três máquinas de rastos… da Câmara de Mação, numa acção de «defesa perimétrica de Casalinho e de Roda, junto a um Lar», numa acção, sublinhe-se, onde refere a «ajuda de uma equipa dos nossos Bombeiros da Força Especial de Bombeiros “Canarinhos”» (…), ou seja, «Bombeiros, Máquinas e FEB»… e é este o reconhecimento do nosso trabalho pelas entidades competentes?», lamentou. «Então agora os louros do trabalho de uns é dado a quem foi tomar banho comer e dormir uma noite toda, enquanto outros, cansados, se empenharam mais uma vez deram mais ainda do seu corpo e alma pela população pelo país e mais uma vez dizem que estes não fizeram nada?». Jorge Gama deixou, ainda, uma mensagem sentida aos seus operacionais: «aos Bombeiros que comandei nestes dias e neste em particular o meu OBRIGADO e um pedido de desculpas por vos ter pedido tanto por vos exigir tanto e depois não ter força nem voz para mostrar o vosso trabalho e deixar que outros se apoderem do vosso trabalho. Desculpem».
