Alpiarça esteve em foco na Programação em Rede promovida pela CIMLT – Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (em colaboração com os onze municípios que a integram), na passada semana. A Casa dos Patudos recebeu a residência artística sobre estátuas humanas, que entre 24 e 28 de agosto formou um conjunto de talentosos jovens nesta arte, versando temas diversos e tendo construído uma nova estátua, evocando José Relvas, na sua faceta de violinista. O resultado deste trabalho viria a ser apresentado no Jardim Municipal de Alpiarça, na noite de sábado (28 de agosto), enquanto decorria um concerto pelo agrupamento “AMARA Cordas”. Participaram: João Inocêncio (José Relvas), Joana Branco (Josefine), Edmara Chete (Inverno), Oceana Alves (Minotauro), Madalena Machacaz (Verão), Inês da Silva (Santa Iria). No workshop participou ainda Afonso Silva, que não pôde estar na apresentação final. Um público numeroso acorreu ao evento e saudou efusivamente os jovens artistas que assim se iniciaram numa arte em que a região, e em particularmente Alpiarça, têm uma das companhias artisticamente mais importantes do mundo: os “Quideia”, de Luis Fonseca e de Katarina Ferreira. Mas Alpiarça já tinha recebido na véspera (sexta feira, dia 27 de agosto), no mesmo jardim, “A Lezíria a Gostar dela Própria”, quando o Tiago Pereira e o Sílvio Rosado apresentaram a vídeo performance “Meio, Homem, Trabalho”, desfilando história e memórias, contadas na primeira pessoa por Alpiarcenses de ambos os géneros, recordando tempos, vivências, trabalhos agrícolas, cantigas e práticas dos seus tempos de juventude. Foi uma noite plena de emoções e de bons momentos, de saudades e de muitas recordações, revividas na primeira pessoa, recriadas pela leitura contemporânea de Tiago Pereira e partilhadas com as cerca de sessenta pessoas que compareceram ao evento. Mas a noite de sábado, 28 de agosto, teve ainda outra ação que importa destacar. Em Santarém, no Convento de São Francisco, às 21H30, foi apresentado um documentário vídeo inspirado na figura de Anselmo Braamcamp Freire, realizado por um conjunto de jovens escalabitanas, no contexto de uma residência artística, dirigida por Miguel Canaverde e Pedro Mourinha, tendo participado: Filipa Graça, Catarina Mendes, Isa Almeida, Ana Monteiro, Catarina Mogas, Pedro Pratas, Maria Carreira, Gabriela Portela, Xénia Nogueira e Eduardo Luís. Tomando como inspiração a vertente de grande especialista em genealogia de Braamcamp Freire, neste documentário, as jovens foram em busca das suas próprias memórias, apresentando um discurso fílmico interessante e intenso, para uma plateia diversificada, redescobrindo-se e descobrindo novos gostos, nomeadamente, como afirmava a jovem Catarina, pelo som e o seu tratamento.