Na aldeia de Azinhaga, em casa da avó Josefa, dorme o menino embalado nos sonhos. Na arca azul onde se guardam as favas, forrada a recortes de jornal, as palavras despertam o desejo indiscreto de saber.
De caderno e lápis na mão sai o menino todos os dias e, rio acima, rio abaixo junto às margens onde a água encontra a terra, navegam as histórias que um dia serão memórias.
Não creio que exista no mundo um silêncio mais profundo que o silêncio da água. As pessoas dizem que o menino saíra da aldeia para ir fazer uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e de que todos os tamanhos.
“Digo às vezes que não concebo nada tão magnífico e tão exemplar como irmos pela vida levando pela mão a criança que fomos”.
No ano do centenário do nascimento de José Saramago, a Estação das Letras estreia o espetáculo “O Menino e o Rio” a partir das obras “O silêncio da água” e “A maior flor do mundo”.
Hoje, 13 de agosto, às 21h30
Pátio da Fundação José Saramago, Azinhaga
(Entrada gratuita sujeita à lotação do pátio da FJS)
Interpretação: Tiago Duarte e Paulo Santos
Produção: Estação das Letras
Classificação etária: para todos
Duração: 45 minutos