Caiu o pano sobre a primeira volta da 1ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Santarém. Como dados mais salientes, sublinhe-se a prestação do líder Mação, que tem cinco pontos a mais do que o União de Tomar e, por isso, assume-se, nesta fase, como o principal candidato ao título. No pólo oposto estão Riachense e Empregados do Comércio, equipas que têm pela frente uma dura tarefa de lutar contra a descida. Já não há equipas invencíveis mas ainda há aquelas que estão sem perder em casa, casos de Mação, Fazendense (está a um jogo de completar um ano sem perder) e União de Almeirim. E também há quem ainda não tenha conseguido pontuar fora de portas (Riachense), com seis derrotas noutros tantos jogos. Quanto a golos, o União de Tomar é rei e senhor, fruto dos 36 apontados, um registo que, nesta altura, equivale a uma média de 2,76 por jogo. Aliás, os nabantinos e também o surpreendente Ferreira do Zêzere são os únicos que marcaram em todos os duelos.
CANDIDATOS – Não restam dúvidas que ao virar da primeira para a segunda volta, Mação e União de Tomar são os grandes candidatos ao título, estatuto que tinham, aliás, desde o arranque da época. O líder Mação tem sido de uma regularidade impressionante e nem as recentes limitações – lesões e castigos – tiraram poder de fogo à equipa de João Vitorino. Já o emblema nabantino, convém dizer, não começou o campeonato da forma que certamente mais desejava. Os resultados mostram isso mesmo: apenas duas vitórias em seis duelos. Mas depois a equipa encarrilou e já tem cinco triunfos consecutivos e não perde há oito jogos, estando apenas a um de igualar a melhor série da sua última década. Será, por certo, uma luta ombro a ombro.
CONFIRMAÇÕES – Neste lote estão algumas das melhores equipas do campeonato e que podem, sem qualquer favor, lutar pelo título com mais a propósito assim os resultados as ajudem. É o caso do Fazendense. Aqui está em causa um trabalho de continuidade, que vem da época passada, altura em que Gonçalo Carvalho assumiu o comando técnico e começou a trabalhar com um grupo de gente jovem mas com qualidade notória. Nesta época, os resultados estão á vista. O Fazendense é terceiro, ainda não perdeu em casa e foi a única equipa capaz de bater o líder Mação. Neste grupo das confirmações entra, também, o Torres Novas, equipa formada por atletas de inegável experiência e qualidade. Também aqui há dedo do treinador, neste caso de Nando Costa, que assumiu o comando na última época e tem feito um trabalho digno dos maiores elogios. Ainda para este lote entra o Ouriense, uma equipa que no ano passado, por esta mesma altura, tinha menos dez (!) pontos conquistados. Apesar de estar em causa um plantel construído quase do zero, a verdade é que Mário Nelson tem conseguido imprimir o seu cunho e nota-se uma qualidade de jogo que é seu apanágio. A demonstrar isso mesmo está o facto de que o Ouriense, em casa, tem o melhor ataque da prova.
SURPRESA – O Ferreira do Zêzere é, sem dúvida, a grande supresa do campeonato. Depois de um início com três derrotas em três jogos poucos seriam aqueles que iriam vaticinar que o emblema da Capital do Ovo estivesse, ao final da primeira volta, com o seu objectivo praticamente assegurado – a manutenção. Eduardo Fortes, que substituiu Rui Bugalhão após a primeira jornada, já teve o mérito de ver a sua equipa somar cinco vitórias seguidas – o segundo melhor registo da época. E quem tem Tiago Vieira (melhor marcador do campeonato)… tem tudo. Num patamar inferior mas também com razões para entrar neste lote estão Moçarriense e União Abrantina. A equipa do concelho de Santarém, por exemplo, pelo percurso que tem feito em casa, onde só o Amiense conseguiu vencer. De resto, o seu parque de jogos é uma fortaleza autêntica. Quanto ao emblema de Abrantes, fica a nota positiva pelo futebol praticado. O grupo é formado por atletas jovens mas com ambição e sem medo de enfrentar os melhores do campeonato.
DESILUSÃO – O Samora Correia é a desilusão do campeonato. Os “axadrezados” eram considerados como candidatos ao título e, na verdade, começaram o campeonato a justificar esse estatuto, fruto de quatro vitórias e dois empates. Mas depois foi a hecatombe… A equipa de Miguel Rodrigues tem um registo de quatro derrotas seguidas e nos últimos oito jogos apenas venceu um. Também neste grupo se terá que incluir o Riachense. O actual vice-campeão distrital está no último lugar e a verdade é que poucos ficam espantados com esta performance pois as mudanças de uma época para a outra foram muitas. Foi basicamente baralhar e dar de novo. Também se esperava mais do Cartaxo mas, convém dizer, não ao ponto de ser considerado como candidato, um estatuto que os seus responsáveis reclamaram para si no arranque da época. Esta primeira volta encarregou-se de demonstrar que a falta de experiência fala mais alto do que a qualidade que, efectivamente, existe no plantel. Uma palavra, também aqui, para o União de Almeirim, que devia e podia estar a fazer mais. A prova disso é que a direcção já teve a necessidade de mudar de treinador. O plantel construído no defeso será mesmo o melhor da prova ou pelo menos aquele que mais opções tem. Só que os resultados fora de casa têm colocado em causa o estatuto de candidatos ao título. Referência, ainda, para Amiense e Empregados do Comércio. O emblema de Amiais de Baixo está numa série de cinco jogos sem ganhar, período este onde até tem andado perto das vitórias, não só pela atitude mas também… pelo número anormal de penalties desperdiçados. Está em fase complicada, é verdade, mas a qualidade fará com que dê a volta por cima. Quanto aos Empregados do Comércio, depois de cinco derrotas seguidas cometeu a proeza de ganhar em Samora… e de surpreender todos aqueles que já os consideravam como condenados. Está em causa o único grupo que trabalha em casa emprestada, com todos os problemas que daí são sequência. Foto João Pereira Fidalgo/Facebook