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FERREIRA DO ZÊZERE – XX Feira de S. Brás levou enchente de público ao centro desta vila

Na Vila de Ferreira do Zêzere teve lugar a XX edição da feira de S. Brás Em dia de São Brás, uma recriação histórica etnográfica que a Junta de Freguesia de Ferreira com o apoio da câmara, leva a efeito no centro da vila e que junta sempre muita gente. Os adágios populares dizem “pelo S. Brás verás, se o inverno está para a frente ou para trás, se estiver a rir ( sol) está para vir… se estivera chorar ( chover) está a acabar. De verdade nesta semana muito chuvosa e de noites frias, este dia 3 de Fevereiro acordou com um sol primaveril, sinal que o inverno ainda pode estar para vir. São Brás também é conhecido como protetor da garganta, justamente porque ao se dirigir para o martírio lhe foi apresentado uma mãe desesperada com seu filho que estava sufocado por uma espinha de peixe entalada na garganta, diante desta situação o Santo curou milagrosamente a criança. A Feira de S. Brás, é um dos melhores eventos populares que se realizam neste concelho e que não pára de crescer. Numa organização cuidada, este dia tem mostra de artesanato, folclore, mostra e venda de velharias, teatro de rua e muito convívio. A nível gastronómico, a X mostra da Tigelada, ou não fosse esta vila a “capital do ovo” atendendo aos grandes produtores de ovos como por exemplo a Zêzere Ovo e Uniovo, empresas sediadas no concelho. Todo o concelho e das sete freguesias há participação massiva com folclore, danças e cantares, recriações do modo de vestir dos anos 30 e este ano coma I mostra de bicicletas antigas com prova de perícia, as ditas “pasteleiras” que hoje cada vez se recuperam mais. Doces típicos e petiscos, e bolos, podem-se degustar em cada barraquinha, ou comprar artesanato, assistir ao vivo á feitura de “pipos” pelo tanoeiro, ou do barco de “três tábuas” ou Alverangel, tão típico deste rio Zêzere que banha o concelho e lhe dá o apelido. Desde a Santa Casa da Misericórdia de Ferreira, bombeiros, ranchos, associações ou a Fundação Maria Dias Ferreira, todos tem o seu stand ao longo das ruas, o que cria uma atmosfera, rural, típica e castiça a que grupos como as “Concertinas da casa do Povo” o Grupo de Bombos de Milheiros, Avecasta, Lagoa e Pereiro, animam a que se junta a Filarmónica de Ferreira, desta vez actuando num bonito coreto desmontável frente à Câmara, e os ranchos do concelho como do Bêco de Santo Aleixo, Alqueidão de Santo Amaro ou o Rancho da Vila de Pias. Pedro Alberto do presidente da Junta, era um autarca feliz com a participação das pessoas e instituições a dedicação, o crescimento da Feira e claro com o povo que de Ferreira e do vizinho concelho de Tomar e Vila de Rei ali vêm passar um dia diferente, num atmosfera rural e característica da região. A Vila é devidamente, programada no se espaço com a rua da Exposição de velharias em que participaram mais de 20 vendedores e que fica fechada ao público e onde se desenrolou a gincana/ passeio de bicicletas, segue o arruamento com a exposição das Associações e em que nenhuma fica em casa, tudo participa, segue o espaço de exposição e artesanato, o Instituto Português de Sangue que faz importantes recolhas de dávidas e o palco (coreto). Decido ao crescimento as “barraquinhas” estendem-se para junto da Biblioteca e até próximo da Igreja, havendo aqui excelente casas de banho públicas, ou seja a vila oferece condições para quem está e quem visita a terra. Os parques de estacionamento, devido à afluência, obrigaram os carros a ficar muito longe e foi uma enchente numa vila, de um concelho com menos de 10 mil habitantes, mas que tem uma massa crítica de pessoas, bairristas, amigas da sua sede do concelho e que se entregam de corpo e alma a um simples convite de uma junta O “coreto” desmontável. Há uns anos, dei a ideia ao dinâmico presidente da Junta de Ferreira- Pedro Alberto que numa terra como Ferreira pátria da banda que tocou pela primeira vez o hino nacional (banda da Frazoeira) e com uma outra banda filarmónica: a Filarmónica de Ferreira, que neste recriação a banda deveria actuar num coreto, já que uma banda filarmónica a sua “nobreza” não é para actuar ao nível do público no chão. A XX Feira de S. Brás inovou noutro aspeto que foi a prova de perícia de bicicleta, as ditas “pasteleiras” de outros tempos que sairam dos sotãos, levaram câmaras de ar novas e pneus e embora com os cromados picados, não faltou a cesta do farnel, o garrafão de palha embora vazio ou a caixa de ferramenta tão característicos dos pedreiros e carpinteiros, que conseguiam em tempos comprar uma bicicleta.

Fundação Maria Dias Ferreira – 10 anos de emoções: Esta importante fundação , com o seu habitual stand, promoveu uma exposição dos seus 10 anos de emoções, numa data em que lançou a revista com entrevistas e testemunhos, seguindo como refere o seu fundador Jose Afonso de Sousa ” dar conta à população das actividades realizadas pela fundação, um compromisso de transparência que assumimos desde o início”. Em termos editorais esta Fundação, sediada na Cerejeira editou 37 publicações que se dividem nas categorias da etnografia, biografias, monografias, literatura infanto-juvenil, revistas catálogos e informação turística. A salvaguarda do património é uma das suas prioridades tendo apoiado a recuperação de 20 edifícios e realizado o restauro de 28 obras de arte sacra. A colecção de fotografias e de documentos antigos digitalizados ultrapassa os 75000 unidades e foram realizadas mais de 60 horas de gravação associadas à preservação a história de Ferreira. Nestes 10 anos a Fundação organizou 22 exposições, 11 espetáculos e participou em 16 feiras de âmbito regional. Não cabe neste artigo a divulgação do trabalho da mesma e o stand sempre muito visitado, distribuía a revista em que eram divulgados os perto de um milhões de euros investidos em prol da cultura do concelho, dos mais desfavorecidos, no apoio aos jovens, aos idosos. Ou seja um trabalho hérculo que deve ser divulgado e dar os parabéns a Maria Isabel de Sousa e Jose Afonso de Sousa seus instituidores. António Freitas ( texto e fotos)