Mais um ano e a tradição mantêm-se. aí está mais um presépio gigante de José Ramos Luís, de 89 anos, em Vale das Lameiras. Besteiras – Paio Mendes a dois passos da Estrada Nacional 238, que liga Ferreira Zêzere a Cerneche. José Ramos Luís nasceu em Alcamim – Vila de Rei e face à construção da barragem de Castelo Bode e à subida do nível as águas foi, com 14 anos, com seus pais, viver para Besteiras. Refere que na sua aldeia-Natal sempre fizeram o presépio comunitário. Com a chegada da sua reforma começou a esculpir e fazer as peças, como bonecos, edifícios, casas ou barcos, para o seu presépio que monta nas traseiras da casa em zona coberta. A sua vida profissional foi por terras de Lisboa, primeiro como funcionário da EPAL, depois motorista de pesados de mercadorias e, por fim, 20 anos de taxista. O presépio é uma forma de ocupar o seu tempo, bem como a escrever poesia, pois intitula-se um poeta popular. Olhando o presépio, podemos, entre mais de 300 figuras, ver o Rio Nilo e o Rio Jordão com seus barcos e cidade do Egipto e de Jerusalém, Belém – com a capelinha do Menino Jesus e Nazaré. Continua a executar peças e novas criações e esta edição de 2024 tem muito movimento com rodas que giram movidas por motores reciclados. Sempre renovado, este presépio gigante de um avô babado com três netos e já dois bisnetos. Gosta que o seu presépio, aberto à comunidade, seja visitado pelas crianças e amigos e vizinhos e quem passar nas Besteiras. Todos os dias da parte da tarde por ali está à espera de visitantes. Um ritual que mantém há quatro anos e quer manter muitos mais! António Freitas