Início CULTURA FERREIRA DO ZÊZERE – Caminho Santiago no concelho

FERREIRA DO ZÊZERE – Caminho Santiago no concelho

Cada vez mais se aposta no “Caminho de Santiago” e a sinalética oficial, é uma realidade, apesar de em Tomar se teimar em traçados perigosos na entra da cidade ( junto Padrão) quando deveria descer Encosta das Maias e na Rua da Fábrica da Fiação se ter duas alternativas, uma pela Choromela – Ponte de Peniche e outra da maior perigosidade, pela Ponte da Vala, Açude de Pedra. É bom lembrar que em caso de acidentes os peregrinos devem imputar responsabilidades a quem colocou a sinalética. Mas nem tudo é mau e na velha Escola dos Calvinos nasce, pela mão da câmara um moderno albergue. Uma vez terminado o caminho no troço de Tomar e que se iniciou perto da Atalaia, o caminho segue por Ferreira do Zêzere, numa extensão de cerca de 8 Km. Manhã do dia 30 de Agosto, um casal de peregrinos descansa no cruzamento da Estrada de Soianda/Calvinos bem proximo do novo albergue que está em construção na velha escola primária desta aldeia. A usual questão ” de onde são” … Africa Sul – cidade de Cape Thown. Nesta semana encontro outros peregrinos ainda de mais longe de Adelaide- Austrália. Voltando ao caminho desta vez tenho que dar os parabéns à Junta da União de Freguesias de Areias/Pias ( UFAP) que depois de alguns anos a batalhar entenderam por bem, seguir uma das minhas ideias de traçado do caminho, que ao entrar neste concelho na velha Ponte Romana de Ceras, dá agora duas alternativas, para se chegar a Alvaiázere. Ir pelo lugarejo da Espanha, Portela de Vila Verde ( traçado muito dificil e perigoso) ou os peregrinos seguirem pelo caminho florestal, muito mais plano do Pego/Lameirinha, passar a Casa do Pendão no Casal Mourão, e chegar a Areias, passando dentro desta sede de freguesia, com parafarmácia, cafés, edificio da Junta com Internet Wireless gratuita, admirar a bela Igreja Património e continuar pela Fonte do Tojal, onde deriva para a Rua da Bijota para infletir no caminho antigo da Portela de Vila Verde. Bem assinalado com setas oficiais, peca por alguma falta de informação em português e inglês, e embora aumentando a distância em 500 metros, dá a possibilidade de a partir dos Calvinos os peregrinos terem uma aldeia – as AREIAS- onde tem oferta de serviços de apoio e um vale da Lameirinha de uma beleza a partir de Ceras enorme e uma praia fluvial selvagem o PEGO. Pena que nas placas da sinalética não seja colocado azulejo com coordenadas GPS, do ponto, pois em caso de pedido de socorro atendendo, aos trechos em zona florestal será muito dificil a peregrinos internacionais dizerem onde se encontram. Nalgumas vilas e aldeias do Norte este procedimento é usual. O caminho faz-se caminhando e parabéns aos investimentos em termos de sinalética em zonas onde há meia dúzia de anos, nada oficial existia. Após a sinalização da alternativa a partir do Escoural ( Ceras) pela Portela Vila Verde ( caminho antigo) e agora pela Lameirinha (via Areias) imperativo se tornava verificar qual a reação dos peregrinos a duas alternativas.

Manhã de domingo dia 1 de Setembro. Uma vez chegados os peregrinos ficam confusos e puxam pelo seu guia e seguem via Portela. Bem tento convencer que há uma nova alternativa muito maís fácil e que passa dentro de Areias onde tem táxis, cafés, restaurante, farmácia e uma bonita igreja. Desconfiados puxam pelo telemóvel e verificam no google maps e continuam desconfiados. Consigo a um espanhol de Toledo e uma peregina Polaca fazer-lhes ver e lá vão pela Lameirinha ( Via Areias). Ter duas sinalizações com duas alternativas dá nisto e só quando os guias tiverem as duas alternativas assinaladas! De Areias sigo pelo Cruzamento das Telhadas/ Fonte do Tojal, e derivando o mesmo pela Rua da Bijota, indago porque não se optou em Areias derivar o caminho ( passando em frente Associação/Lar) onde se quer instalar e bem na escola primária um albergue e depois infletir, em Vila Verde e seguindo depois até ao cruzamento do Tojal – ou seja entroncando no caminho antigo. Em termos de distancias do Escoural por Areias ao Tojal são 8 Km e pela Portela, Fonte Galega, Vila Verde ao Tojal são 7,5 Km.

Mas vale a pena ir pelas Areias.

Ganham os peregrinos. Ganha o comércio local.

Pela serra da Espanha nada há de apoio!

Registo o excelente estado de quer um quer outro caminho na área florestal, caminhos bem cuidados pela Junta de Areias/Pias pitorescos, frondosos em comunhão com a natureza. Paulo Neves, vice- presidente da Câmara de Ferreira no face book aos post colocados e fotos sobre o novo traçado refere “ Complementando melhor – Albergue, em fase final de protejo e sujeito a candidatura, na esperança de obter aprovação na “renovação de aldeias”. Quando terminado, todos vamos, com certeza, divulgar, apreciar e reconhecer o trabalho feito”. Olhando para trás, quando há meia dúzia de anos, os peregrinos passavam e viam-se e desejavam por ter as devidas orientações hoje, há uma maior atenção e recorre-se a fundos europeus que estão e bem a ser aproveitados para investir num recurso turístico mundial de excelência.

Qual o papel da Federação Portuguesa do Caminho de Santiago?

Quando agora temos uma Federação dos Caminhos, cujo Objetivo é promover, organizar e gerir os caminhos em território nacional que compõem a rota milenar, seguida por milhões de peregrinos desde o início do século IX, Unindo 60 entidades, a Federação Portuguesa do Caminho de Santiago formalizada em Vila Pouca de Aguiar para implementar uma estratégia e sinalética comum nas vias portuguesas de peregrinação a Santiago de Compostela, não seria de a mesma comunicar aos editores dos guias e ao Google maps as alterações que se vão fazendo, para melhor, nos traçados?

Oxalá esta federação que surgiu para promover, divulgar, organizar e gerir os Caminhos de Santiago em território nacional, daí que os promotores se proponham delinear e implementar “uma estratégia comum em todo o país” que contempla também “sinalética igual” nas vias de peregrinação, comece a mostrar trabalho feito, pois revitalizar e dinamizar as variantes do Caminho Português de Santiago como importantes vias de peregrinação a Santiago de Compostela, recuperando, preservando e promovendo também o património histórico-cultural e religioso associado ao caminho, a interculturalidade dos povos e impulsionando o desenvolvimento económico, social e ambiental das regiões atravessadas, foi um dos objetivos que esta federação se arvorou para ser criada..

Os Caminhos de Santiago atravessam Portugal de sul para norte, e são seguidos pelos peregrinos há séculos com destino à Catedral de Santiago de Compostela, em Espanha. Para muitos, o caminho de Santiago de Compostela é considerado um roteiro místico, uma transformação interior, caminho de respostas; para outros, uma oportunidade de contacto com a natureza e a história. Há também quem o faça por desporto, pelo convívio com amigos, pela gastronomia ou simplesmente em peregrinação. Atualmente, no nosso país estão identificados três percursos principais. O Caminho da Costa, que se inicia no Porto, atravessa o Minho e entra em Espanha por Valença; o Caminho Interior, que parte de Viseu e entra em Espanha por Vilarelho da Raia, em Chaves; o Caminho Central Português, o mais percorrido, que sai da Sé de Lisboa, passa por Tomar, Ferreira do Zêzere, Alvaiázere e Coimbra, Porto e segue, depois, para norte. António Freitas