Realizou-se, no Centro Cultural de Ferreira do Zêzere, a 9ª Gala do Fado organizada pelo Município. Com um preço simbólico de três euros, os espectadores viveram uma noite de luxo em termos de vozes e do cantar do fado, a canção nacional Património da Unesco. Este ano esteve presente, como cabeça de cartaz, a atriz e fadista lisboeta Rita Ribeiro, o alentejano de Alter do Chão – Luís Capão – e a ferreirense Ana Fernandes, acompanhados por José Manuel Rodrigues, Gilberto Silva e Jorge Silva na guitarra portuguesa, viola baixo e viola de fado. Após a apresentação do vereador Hélio Antunes, que muito tem feito na dignificação da cultura deste concelho, abriu o espectáculo a voz forte e cheia de timbre da que hoje já é uma fadista profissional – Ana Fernandes – que deu os primeiros passos por sinal na 1ª Gala do Fado. A sua voz impõe-se e a sua personalidade forte marca e encanta-nos pelo seu timbre e postura em palco – uma verdadeira artista, uma grande revelação! Será que perdemos a professora de educação física por troca com uma mulher fadista? Luís Capão, noutro estilo, mostra e prova que tem um grande futuro pela frente. O jovem que Estudou Ciências da Comunicação e da Cultura e que vive em Lisboa, cantou fados num estilo muito próprio e nos intervalos entre eles, brincalhão, enaltecia a gastronomia ferreirense, o excelente acolhimento e uma vontade de voltar. Ele e Ana Fernandes, por assim dizer, tomaram conta da primeira parte intervalando, sendo que o final estava reservado para a fadista e atriz Rita Ribeiro, nascida em Lisboa há 65 anos, filha dos actores Curado Ribeiro e Maria José e meia-irmã de António Semedo, fruto do casamento de sua mãe com o ator e realizador Artur Semedo. Estreou-se no teatro em 1975, seguindo-se a televisão, cinema e música como formas de expressão em que Rita Ribeiro brilhou nas últimas décadas. Os guitarristas muito profissionais e de excelente desempenho, aliado a um som e efeitos de iluminação com alto profissionalismo, por momentos levavam-nos a esquecer que estávamos numa vila de baixo índice populacional, como agora de designam os territórios mais do interior, mas sim numa grande sala de espetáculos, com um público que sabe estar, acompanhar e aplaudir. António Freitas