Num curto espaço de dois meses, a estação da CP do Entroncamento foi palco para duas mortes. A última ocorrência trágica deste género aconteceu na tarde desta quarta-feira, altura em que uma mulher, com 37 anos de idade, saltou da ponte pedonal que atravessa a estação, tendo sido ainda electrocutada numa catenária. No dia 26 de Junho último, foi um homem que saltou para a linha, precisamente na altura em que estava a passar uma composição. Nestas alturas é questionada a segurança – ou falta dela – da estação da CP, sendo que as críticas subiram de tom depois de concretizadas as obras levadas a cabo pela empresa, intervenções essas que, em primeira instância, dificultam o acesso às diferentes plataformas em caso de urgência. Isto para já não falar de um sistema de elevadores que até nem há muito tempo deixou algumas pessoas – entre as quais crianças – trancadas por cerca de hora e meia devido a avaria. É evidente que pouco ou nada poderá ser feito para evitar tentativas de suicídio mas está à vista de todos – nomeadamente dos utentes – que a estrutura não é funcional e é perigosa pois basta ter em consideração a inclinação provocada pelo número de degraus de acesso à recente ponte pedonal para perceber que se alguém cair e não for amparado… dificilmente deixará de sofrer sequelas. Já foram feitos diversos alertas, de entre os quais do próprio presidente da Câmara Municipal, Jorge Faria, que chegou à dizer à Hertz que os bombeiros têm ordem para aceder às plataformas em caso de urgência… nem que para isso tenham que destruir o gradeamento. Também a Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho do Entroncamento já chamou a atenção para a «falta de condições da estação», considerando mesmo que «os acessos aos comboios não correspondem à necessidade de comodidade e segurança dos utilizadores». Foto José Neves