Um desporto que está a ganhar adeptos e competidores em Portugal, o póquer tem alguns destaques lusitanos que honram as cores da bandeira portuguesa nas mesas do mundo todo. E um competidor da Chamusca, Pedro Cabeça, é um dos melhores do país.
Farmacêutico de profissão, Cabeça chamou a atenção do mundo do póquer português ao ser um dos destaques do desporto a também trabalhar a tempo inteiro na farmácia. Já experiente nas cartas, ele começou a praticar há quase dez anos e coleciona resultados interessantes.
Em oito anos de carreira no póquer, o competidor da Chamusca conquistou três títulos em torneios live, todos eles disputados nos Estados Unidos. Aliás, o país é uma segunda casa para Cabeça e é a sua preferência para competições de póquer.
Só neste ano Cabeça já conquistou 10 premiações diferentes, todas elas em Las Vegas. O terceiro título da carreira aconteceu há pouco tempo, em julho, com o triunfo no Rio Daily Deepstacks.
“É um jogo que adoro jogar. Uma das características que torna o jogo muito interessante para mim é ser um jogo completamente democrático. E com a evolução do jogo online ainda se tornou mais. Qualquer pessoa pode começar do patamar mais baixo, a jogar a cêntimos, interessa-se, estuda, vai aumentando o seu nível. Mesmo um jogador totalmente recreativo, que gosta de jogar ao fim-de-semana ou uma vez por mês, pode vir a jogar com jogadores muito bons e ganhar. Essa ideia atraiu-me muito para o jogo”, explica Cabeça ao site Observador.
Cabeça iniciou sua trajectória no póquer quando estava perto dos 40 anos. No entanto, nesse desporto a idade não é um problema. Ter alta habilidade e a personalidade de um campeão são factores mais importantes. Em menos de uma década o português saiu do anonimato para virar uma das referências do póquer no país.
Assim como a maioria dos competidores, Cabeça começou a praticar o póquer online e a curiosidade pelo desporto aumentou aos poucos até chegar nos torneios live. Desde 2017, ele já disputou mais de 20 eventos diferentes e o ritmo não está a diminuir.
O título no Rio Daily Deepstacks está longe de ser o único bom resultado dele em 2018. Entre junho e julho, Cabeça conseguiu terminar três torneios na posição dos 20 primeiros, algo impressionante no póquer de alto nível.
A vontade de sempre melhorar é um dos motivos do sucesso dele no póquer. “É com as milhares jogadas que se fazem que vamos ganhando intuição para depois, em determinadas em situações, tomar a decisão certa”, completa.
Além de ser um competidor frequente nas mesas de Las Vegas, Cabeça também já actuou em outros países como Espanha, Bahamas e Irlanda. Em Portugal, o lugar favorito é em Estoril, cidade que já recebeu a famosa World Series of Poker (WSOP).
Cabeça não é o único português que vive um bom ano nas mesas. Neste ano, João Vieira, conhecido nas mesas online como “Naza 114”, já actuou nos Estados Unidos, Mónaco e Espanha. O grande feito veio em Mónaco com a quinta colocação no European Poker Tour.
Já Diogo Veiga ganhou o cobiçado título do World Series of Poker em 2018 e conquistou quase € 500 mil de premiação. Com o título, Veiga atingiu um novo patamar nesse desporto e entrou na lista dos poucos lusitanos com um bracelete dessa competição.
Veiga, Vieira e Cabeça representam a actual camada de portugueses de destaque no póquer, mas há um bocado mais. Outros como Manuel Ruivo e Michel Dattani merecem menção no rol dos bons portugueses nas cartas.
O póquer português está em boas mãos e a trajectória desses praticantes é uma lição de que idade não é um problema nesse desporto. Uma história de sucesso na cena internacional e que ainda terá muitas páginas preenchidas.