A vida não está fácil para os bombeiros de Constância. O preocupante cenário é admitido por Adelino Gomes, Comandante da Corporação da Vila Poema, em declarações prestadas à Agência Lusa, ocasião em que o operacional admite dívidas a fornecedores sendo que a falta de verbas impede, ainda, que algumas viaturas possam estar ao serviço… por falta de combustível. Tudo isto podia ser evitado, lamentou, ao mesmo tempo que reclamou uma dívida ao Centro Hospitalar do Médio Tejo. O Comandante admitiu, também, que há pagamentos suspensos à Segurança Social para que os funcionários possam receber os respectivos vencimentos. “As dívidas do CHMT às Associações Humanitárias acumulam-se e rondavam 700 mil euros no final de Março. Muito ou pouco expressiva, esta quantia representa cerca de 30% do valor anual dos serviços prestados pelas Associações e 40% do valor anual dos serviços que adquirem», denunciou Adelino Gomes, referindo que «A partir desta data, somos obrigados a declinar qualquer responsabilidade por falhas e bloqueios que possam ocorrer no transporte de doentes, no âmbito do CHMT. Apenas os casos urgentes poderão ser atendidos».
CHMT refuta acusações
Entretanto, em comunicado enviado para a redacção da Hertz, o Centro Hospitalar do Médio Tejo refutou estas acusações de Adelino Gomes: «O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, refuta veementemente as afirmações enviadas à Comunicação Social pela Associaçãoo Humanitária dos Bombeiros de Constância. O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, considera o comunicado à imprensa emitido pela Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância de uma inqualificável forma de pressão, até porque estava agendada para hoje, dia 13 de abril, uma reunião entre as duas entidades. O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, não tem qualquer dívida às Associações Humanitárias, pois não tem qualquer contrato estabelecido com as referidas Associações. O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, tem um contrato de prestação de serviços de transporte com a Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância, ao abrigo de um Concurso Público e que tem sido cumprido por parte do CHMT. Registamos ainda que no último trimestre de 2017 foram pagos 427.167,94€, e no primeiro trimestre de 2018 foram pagos 285.603,35€, num total de 712.771,29€ transferidos à Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância. O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, tem efetuado os pagamentos devidos à Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância, regularmente, pelo que não existem pagamentos em dívida para além de um período de 60 a 90 dias. Até ao final do mês de março, e depois de antecipar o pagamento relativo ao mês de janeiro para o dia 22 de dezembro, no valor de cerca a 150mil euros, o CHMT transferiu para a Associação Humanitária dos Bombeiros de Constância, uma verba mensal que ronda os 100 mil euros. Ainda esta manhã, dia 13 de abril, foi transferido o valor de 108 mil euros decorrente da calendarização de pagamentos em curso. No que diz respeito ao não cumprimento das obrigações de transporte, por parte da entidade ganhadora do Concurso Público, este mesmo incumprimento não pode deixar de ter consequências por incumprimento contratual e considerando a natureza da prestação – transporte de doentes. O Centro Hospitalar do Médio Tejo,E.P.E, tudo tem feito e tudo fará, ao abrigo do mesmo Contrato, para salvaguardar os interesses da Instituição e dos cidadãos que serve».