A jornalista e escritora Manuela de Azevedo morreu, aos 105 anos, no Hospital de São José, em Lisboa, onde estava internada. Manuela de Azevedo foi a primeira jornalista mulher a ter carteira profissional de jornalista e era a mais antiga sócia do Sindicato dos Jornalistas. A Direção do Sindicado dos Jornalistas manifesta o seu profundo pesar pela morte de Manuela de Azevedo, a quem prestou homenagem a 31 de agosto do ano passado, data em que completou 105 anos.
A sessão comemorativa, iniciativa conjunta do Museu Nacional de Imprensa e do Sindicato dos Jornalistas, contou com a presença do Presidente da República, que a condecorou com a Ordem da Instrução Pública, e também de vários deputados, representantes de associações do setor, camaradas de profissão e familiares e amigos da homenageada. Manuela de Azevedo recordou vários episódios da sua carreira, com uma memória descritiva invejável. E deixou conselhos para quem abraça a missão de serviço público que deve ser o jornalismo. “O jornalista diz o que pensa e pensa o que diz”, realçou.
Nascida a 31 de Agosto de 1911, Manuela de Azevedo começou como redatora do jornal República, depois foi chefe de redacção da Vida Mundial e depois seguiu para o Diário de Lisboa, tendo terminado a carreira no Diário de Notícias, com 85 anos. Além de jornalista e crítica de teatro, Manuela de Azevedo é conhecida pela criação da Casa-Memória de Camões, em Constância, e pela sua obra literária, composta por romances, ensaios e o livro de poemas “Claridade”, prefaciado por Aquilino Ribeiro. António Freitas