Até ao final do ano, o Museu dos Rios e das Artes Marítimas, em Constância, escolheu uma lanterna a petróleo, como «Peça do mês» de dezembro para estar em destaque numa das suas salas. A lanterna a petróleo é uma lanterna de metal, constituída por um pequeno reservatório de petróleo e, por cima, uma chaminé em vidro, que se elevava com a ajuda duma patilha, para, assim, conseguir chegar-se com um fósforo à torcida, que mergulhava diretamente no petróleo e se incendiava. A torcida ia ardendo e, com o tempo, diminuindo de tamanho, havendo então uma roda pequena que se girava e fazia subir um novo pedaço da torcida, para assim continuar a iluminar. A lanterna a petróleo, para além da iluminação doméstica, era fundamental para, quando ainda o sol não raiava, ir à rua, à adega, ver os animais ou ainda quando era necessário trabalhar à noite, ou ir muito cedo, ainda escuro, para o campo ou para a pesca. Outra das memórias que existem relativas à utilização da lanterna a petróleo no concelho de Constância está relacionada com a travessia do rio Tejo. Para quem, em noites escuras, quisesse atravessar o rio, e havendo em cada margem uma destas lanternas colocada no topo de uma vara cravada no chão, bastava, ao passageiro, passar a mão à frente da lanterna, para que o barqueiro se apercebesse da presença de alguém na outra margem.