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CONSTÂNCIA – Câmara reage ao drama vivido pelos Bombeiros. Autarquia diz valorizar trabalho da Corporação mas refere que «não assume uma responsabilidade que não é sua»

É um assunto que, infelizmente, está a marcar a actualidade: os Bombeiros Voluntários de Constância estão a viver um autêntico drama fruto de salários em atraso, uma situação que faz com que alguns operacionais «já estejam a passar fome», assegurou-nos o Comandante da Corporação, Adelino Gomes. Para além disso, tal como a nossa redacção já tem feito eco, a partir da semana que se avizinha está mesmo em causa a prestação de serviços à população – socorro incluído – uma vez que não há, sequer, dinheiro para combustíveis para os veículos. Entretanto, numa nota de imprensa enviada para a nossa redacção, a autarquia de Constância já reagiu a esta situação. Eis o comunicado, na íntegra::

«O Município de Constância é um concelho de pequena dimensão com bastantes limitações financeiras e com um conjunto de compromissos fixos, mensais, que em muito condicionam a sua atividade. Mesmo dentro das suas limitações financeiras, a Câmara Municipal apoia a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Constância (BVC) no seguinte:

a) Pagamento da água e da luz no quartel em Constância e na seção em Santa Margarida da Coutada;
b) Pagamento de 50 % dos custos referentes à equipa de intervenção permanente;
c) Pagamento do seguro de acidentes pessoais dos Bombeiros;
d) Apoios pontuais para a aquisição de equipamento (em 2018 a autarquia apoiou com 1.500€, e em 2019 com 5.000€);
e) Frequência do Ginásio Municipal, de forma gratuita, para um conjunto de bombeiros.

Os apoios fixos aos Bombeiros, sem contabilizar os pontuais, ascendem a um valor anual de 56.360,03 € (dados de 2018). Face aos dados supramencionados, a Associação Humanitária dos BVC é a Instituição do concelho que mais apoio financeiro recebe do Município de Constância. Para além dos referidos factos, com o conhecimento do Tesoureiro da Direção e Comandante dos BVC, na defesa do Bombeiros, a autarquia tomou as seguintes diligências:

– Em 11 de outubro de 2018, dirigiu ofício ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo, E.P.E., questionando sobre o valor em divida à Associação;
– Em 17 de janeiro de 2019, dirigiu ofício à Ministra da Saúde questionando os valores em dívida à Associação Humanitária dos BVC, por parte dos Hospitais;
– Em 5 de fevereiro de 2019, após reunião realizada nesse mesmo dia na Câmara Municipal, com a Presidente, o Tesoureiro e outros elementos da Direção da Associação Humanitária, dirigiu ofício à Ministra da Saúde, solicitando uma audiência com caráter de urgência.

O Município de Constância não tem capacidade financeira para prestar mais apoio à Associação Humanitária dos BVC, do que o que tem prestado até ao momento. A Câmara Municipal reconhece e valoriza o seu corpo de bombeiros, relevando o trabalho dos homens e das mulheres que todos os dias dão o seu melhor ao serviço das populações, mostrando a sua solidariedade com o corpo ativo, pelas dificuldades que estão a atravessar. No entanto, o Município de Constância não pode assumir uma responsabilidade que não é sua. A Associação Humanitária dos BVC tem órgãos sociais próprios que são totalmente responsáveis pelas decisões e opções que tomam, bem como serão os únicos que poderão explicar a todos e a todas como é que a Associação Humanitária chegou à atual situação. Entende o Município de Constância que chegou o momento de cada um fazer uma avaliação das ações/opções, e assumir as suas responsabilidades que não podem ser imputadas nem ao Município, nem a outra Instituição, mas sim aos próprios. Estamos disponíveis para continuar a trabalhar e a colaborar com a Associação Humanitária dos BVC como sempre fizemos até hoje, numa base sólida de verdade, transparência, lealdade e diálogo».