A Câmara de Constância deliberou opor-se, de forma «veemente», à localização indicada para a construção de um açude após a confluência do rio Tejo com o Zêzere, neste particular a jusante da ponte da Praia do Ribatejo, e assegura mesmo que irá recorrer «a todos os mecanismos» para que essa obra «não se concretize». Eis, assim, a esperada reação de Constância ao estudo que está a ser promovido pela Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e que aponta, então, para a construção de um açude que visa «a valorização dos recursos hídricos para a agricultura no Vale do Tejo e Oeste», desde logo com a «avaliação de recursos hidrológicos rigorosa e estudar novas área de regadios, ou promover a intensificação de regadio, onde ocorra disperso e pouco eficaz».
Quanto a Constância, tal como a Hertz tinha adiantado em primeira-mão, caso se confirme a construção do açude, poderá haver registo para danos irreparáveis. Desde logo, segundo a mesma deliberação daquela autarquia, «a praia fluvial deixará de existir, bem como alguns espaços verdes». O próprio Núcleo Histórico da Vila ficará sujeito a «cheias mais frequentes (…) colocando em risco o património edificado». A Assembleia Municipal de Constância irá, agora, pronunciar-se, assim como a Assembleia Municipal de Vila Nova da Barquinha, o outro município da região que será afetado caso este projeto seja uma realidade. E, neste território, tal como a Hertz já advertiu, pode estar em causa a submersão, em parte, do recentemente inaugurado Trilho Panorâmico do Tejo e ainda a envolvente do Castelo de Almourol, que deixará de existir como a conhecemos.