A Rádio Hertz aderiu ao apelo da Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) e, dessa forma, irá boicotar as iniciativas de pré e campanha eleitoral para as Legislativas de 10 de Março. Na base desta posição, refere a APR, está a promulgação da alteração da Lei da Rádio, a 15 de dezembro. «Depois de se dizer preocupado com o futuro da comunicação social, o Presidente da República decidiu promulgar a alteração da Lei da Rádio que não só aumenta as quotas de música portuguesa em antena, como acrescenta mais obrigações aos operadores que passam a ter de comunicar à ERC os dados para verificação do cumprimento desta obrigatoriedade. Ou seja, apesar de publicamente se afirmar preocupado com as dificuldades com que os órgãos de comunicação social se debatem, Marcelo Rebelo de Sousa optou por acrescentar mais dificuldades e obrigações às estações de rádio portuguesas, o que contraria esta aparente preocupação», lamenta a Associação Portuguesa de Radiodifusão, que acrescenta que «depois de dois anos de um Governo e de um Parlamento que nada fizeram em prol do sector, os últimos dois meses de mandato ficam marcados pela aprovação de medidas que apenas trazem mais obrigações, prejuízos e trabalho para as rádios. Tudo em prol da defesa dos interesses do sector fonográfico».
Este boicote é avaliado como «essencial para demonstrar o descontentamento das rádios com o esquecimento a que têm sido votadas por parte dos últimos Governos, que não só não aceitaram nenhuma das propostas apresentadas pelo sector como também não implementaram aquelas que eram as propostas apresentadas pelo próprio Governo no âmbito dos Orçamentos de Estado aprovados ao longo dos últimos anos». O boicote «aplica-se às iniciativas especificamente programadas para a época eleitoral – realização de debates ou entrevistas com candidatos; acompanhamento de ações de campanha; divulgação de informação específica sobre as várias candidaturas, entre outras».