Numa cerimónia marcada por alguns momentos de muita emoção – como o da homenagem nacional a Marco Chagas, da entrega das Medalhas de Mérito a Edmundo Calisto, a título póstumo e a Mário Júlio Reis, ou da atuação do coro de crianças e jovens que saudaram o Cartaxo e a sua Bandeira, num desempenho que levantou das cadeiras todos os presentes no auditório do Centro Cultural –, foram encerradas as Comemorações do Bicentenário do Concelho do Cartaxo.
Homenagem Nacional a Marco Chagas – O Presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), Delmino Pereira, esteve presente na cerimónia para participar na homenagem nacional a Marco Chagas – que a Câmara Municipal aprovou sob proposta do vereador Vasco Cunha, no início do ano. Ciclista inteligente e com uma postura exemplar, que o tornam “figura maior da história do ciclismo em Portugal e exemplo para muitas gerações de ciclistas”, foram os atributos que o presidente da FPC, reconheceu em Marco Chagas, lembrando o seu percurso no ciclismo, quer enquanto atleta – que venceu quatro Voltas a Portugal –, quer enquanto comentador e conhecedor profundo do ciclismo, afirmando que “a sua opinião é hoje a opinião âncora no ciclismo, é a voz do ciclismo em Portugal”.
Vasco Cunha, descreveu Marco Chagas como “o melhor ciclista que passou por Portugal ao longo de todos estes anos” e “um dos homens, neste país, que mais sabe sobre aquilo que faz”. Para Vasco Cunha, Marco Chagas, que fez 60 anos em novembro, é um “Campeão, não só na dimensão desportiva – foi um vencedor individual, ganhou nas suas equipas, foi capaz de ganhar 22 etapas da Volta a Portugal –, mas também na sua dimensão humana”, elencando o seu percurso desportivo enquanto atleta, dirigente e comentador, o autarca afirmou que “dificilmente se encontraria alguém que tivesse levado o nome do Cartaxo, mais longe”. Os colegas anónimos que “não ganharam, mas ajudaram a ganhar, os companheiros que me ajudaram ao longo dos anos”, foram referidos por Marco Chagas afirmando que o Cartaxo teve muita gente boa. Visivelmente emocionado agradeceu o reconhecimento que Pontével e o concelho do Cartaxo sempre lhe dispensaram – “basta que eu ande na rua e as pessoas falem comigo, que eu já me sinto recompensado por aquilo que foi a minha vida, e às vezes foi dura, ao longo destes 60 anos”.
Atribuição de Medalhas de Mérito – As duas medalhas de Mérito foram atribuídas a Edmundo Calisto, a título póstumo, e a Mário Júlio Reis. Por Edmundo Calisto, recebeu a distinção, o seu filho, Paulo Calisto, que agradeceu em nome da família, evocando emocionado a memória do seu pai e como “se ele estivesse aqui, com certeza que as suas primeiras palavras, agradecendo esta homenagem, seriam para os seus pais, para os seus irmãos, companheiros de uma vida, para Pontével, sua terra natal e para todos os pontevelenses, que sentiam e sentem um enorme carinho pelo seu Edmundo”. O filho de Edmundo Calisto, referiu ainda a enorme ligação do homenageado à Casa do Povo de Pontével, “que lhe deu a oportunidade de desfrutar de uma das suas grandes paixões, o teatro”. Referindo a homenagem como um dia que não pode “ser um dia especial, mas que é um dia marcante”, por ser o reconhecimento da comunidade, ao seu pai.
Mário Júlio Reis agradeceu ao município por se ter “lembrado das pessoas que voluntariamente, na sombra, fazem mexer a vida cultural do concelho”, afirmando que “estar aqui ao lado do Edmundo, foi a única razão que me fez hesitar na aceitação desta distinção, que eu não queria”. Porque “tudo o que tenho feito não é mais do que uma pequena gota num manancial das ações que centenas de voluntários, que fazem mexer este concelho no que toca à educação informal – o teatro, o ambiente, o desporto, o folclore, a música, a arte”. Para Mário júlio, este é o prémio que todos lhes devemos, deixando a medalha recebida como tributo à sua própria família, pelos serões que não passou com eles, em prol da sua atividade associativa.
Presidente da Câmara deixa sentida palavra de homenagem a Marco Chagas, Mário Júlio Reis e a Edmundo Calisto, representado pela sua família – Dirigindo palavras de reconhecimento ao homenageado, Marco Chagas e aos agraciados com a Medalha de Mérito Municipal, Pedro Magalhães Ribeiro, afirmou que são “homens que sempre semearam uma cultura de abertura ao outro, sem quaisquer reservas. A grandeza de vidas construídas e sempre vividas ao serviço dos outros com a humildade e a simplicidade dos grandes seres humanos”. À comissão organizadora das Comemorações do Bicentenário, o autarca dedicou a palavra “gratidão. As Comemorações que hoje encerramos, cumpriram todos os seus principais objetivos”, referindo os poucos recursos com que a Comissão contou “porque não vivemos tempos de abundância, a programação desenvolvida, soube valorizar e estimular o conhecimento da nossa história, contribuindo para a preservação do património que herdámos e soube cumprir o dever de memória coletiva, quer da memória dos que nos precederam, quer no testemunho a dar às vindouras”. Pedro Magalhães Ribeiro considerou que “no momento em que celebramos, é também momento de lançar os novos projetos para o futuro”, lembrando a candidatura do Fandango a Património Imaterial da Humanidade, que o concelho do Cartaxo lidera, mas que quer que se assuma como projeto protagonizado por toda a região. www.cm-cartaxo.pt
