Início POLÍTICA ATUALIDADE – Choque político e energético, por José Rogério

ATUALIDADE – Choque político e energético, por José Rogério

O mundo e a europa estão a atravessar graves problemas climáticos, pandémicos, energéticos e económicos, aos quais os partidos políticos portugueses resolveram juntar uma “chocante” crise política. Consideramos inoportuna a crise politica desencadeada no país, na medida em que é provável que o futuro quadro politico, resultante das próximas eleições, não sofra grandes alterações face à atual composição partidária. É previsível que os partidos CHEGA e IL serão os maiores beneficiários desta crise politica e, em contrapartida, as forças de esquerda (sobretudo, CDU e BE) as mais penalizadas nas legislativas, por terem reprovado o Orçamento de Estado para 2022. Também é expectável que o “centrão” partidário (isto é, PSD e PS registem pequenas oscilações eleitorais), mas agora destacamos os problemas energéticos que estão a colocar em “polvorosa” os mercados, as empresas e os responsáveis políticos e económicos da europa. Após o fim do confinamento das economias e a quebra da oferta, a procura de produtos energéticos (por ex: eletricidade, gás natural e petróleo) começou a “disparar” nos mercados internacionais, o que fez aumentar os seus preços e ameaçar a recuperação dos países, preocupando assim os agentes económicos.

A “tempestade” que se abateu sobre os mercados da energia traz acréscimos de custos às empresas e famílias que sentirão os efeitos da inflação ou a descida dos rendimentos reais, originando “nuvens” cinzentas à retoma das economias, tanto a nível local como no plano global. A aproximação do inverno no hemisfério norte fará agravar os problemas, pois haverá um aumento dos consumos energéticos e, por isso, os governantes estão esperançados que a escalada de preços seja temporária e possa “cair” no inicio da primavera. O choque energético continua imprevisível, pois depende da severidade do inverno, do ritmo de investimento nas energias limpas/renováveis, da substituição dos produtos fósseis/poluentes e ainda das estratégias geopolíticas dos maiores produtores de carvão, petróleo e gás natural. Por fim, no caso de Portugal e da NUT II (onde estão os concelhos do Médio Tejo, Lezíria do Tejo e Oeste), perspetiva-se um aumento das “tensões” na recuperação pós-pandémica, devido à grande divida pública, à dependência das energias fósseis (até para produzir as renováveis), à volatilidade dos preços nos mercados, à crónica fragilidade industrial e ainda à adição da crise politica ao “vulcão” do choque energético. José Rogério