A Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) acaba de publicar dois relatórios relativos ao percurso dos alunos no ensino secundário: “Situação após 3 anos dos alunos que ingressaram em Cursos Científico-Humanísticos” e “Situação após 3 anos dos alunos que ingressaram em Cursos Profissionais”. Estes estudos agora divulgados, com dados atualizados das séries das Estatísticas da Educação iniciadas em 2018, permitem acompanhar a trajetória dos alunos, comparando perfis socioeconómicos, percursos anteriores, áreas de formação e, pela primeira vez, mudanças de curso. Da análise dos dois documentos agora divulgados, destaque para:
• Aumento notável e progressivo nos últimos 8 anos dos alunos que concluíram Cursos Científico-Humanísticos (CCH) no tempo esperado, passando de 55% em 2014/2015 para 79% em 2021/2022, o que representa um acréscimo de 24 pontos percentuais (p.p.).
• Uma melhoria similar verificou-se igualmente nos Cursos Profissionais, em que, em 2021/2022, 70% dos alunos concluíram estes cursos no tempo esperado, correspondendo a um aumento de 17 p. p. em relação a 2014/2015.
• Os valores mais elevados das conclusões dos CCH foram verificados nas Região Norte e Centro, mas, a exemplo do que já tinha acontecido em 2020/2021, verificou-se uma melhoria em todas as regiões do país, com crescimentos de 4 p.p. em relação ao ano anterior (apenas o Algarve registou um aumento inferior, de 1 p.p.). Nos Cursos Profissionais, e com exceção do Alentejo que manteve os valores do ano anterior, a melhoria também foi transversal a todas as regiões do país, com especial destaque para a Região Norte e para a AML, com crescimentos de 2 p.p..
• Os alunos que iniciam o ensino secundário no grupo etário normal – com idade igual ou inferior a 15 anos – são os que mais terminam os cursos no tempo esperado, diminuindo as percentagens consoante aumenta a idade dos alunos. Comparando a faixa etária dos alunos com 15 ou menos anos de idade, com a faixa etária dos alunos com 18 anos ou mais (ou dos 18 anos no caso dos cursos profissionais), a diferença entre ambas é de 59 p.p. nos CCH e do dobro nos Profissionais, o que mais uma vez indicia que a retenção, e consequente atraso na idade de desenvolvimento dos estudos, não revela eficácia.
• Apesar de os alunos que não beneficiam da Ação Social Escolar serem na generalidade os que têm trajetórias de sucesso mais elevadas, os dados demonstram que existiu uma melhoria significativa em todos os alunos, sendo de destacar que os alunos dos escalões A e B dos CCH foram os que tiveram maior aumento em relação ao ano anterior (6 p.p.) e que, nos Cursos Profissionais, foram os alunos do Escalão B que registaram a percentagem mais elevada de conclusão (74%), mais 2 p.p. do que no ano anterior.