Início POLÍTICA ATUALIDADE – As eleições e as soluções

ATUALIDADE – As eleições e as soluções

Além da severa pandemia e do elevado número de cidadãos infetados ou em isolamento devido à Covid (mais de um milhão de pessoas), as eleições do passado domingo tiveram uma expressiva participação e a taxa de abstenção (42%) mais reduzida da última década.
As sondagens eleitorais revelaram uma falência na projeção dos resultados, pois apontaram para um empate técnico entre PS e PSD (a chamada bipolarização partidária), enquanto que os portugueses optaram pela estabilidade e continuidade dos socialistas na governação do país.
Apesar do PS gerir o país desde 2015 dependente da “geringonça”, agora a maioria absoluta do PS tem que fazer reformas em vários setores, já que Portugal precisa de soluções para enfrentar as “tempestades” que se avizinham (climáticas, pandémicas, económicas…), como por exemplo:
-As regras orçamentais europeias estão suspensas até 2023, mas este ano os membros da UE irão debater o regresso aos limites pré-pandemia para o défice e divida pública (respetivamente, 3% e 60% do PIB), os quais poderão originar programas de austeridade;
-A inflação que está a disparar nos EUA e UE para valores de 7% será o maior problema deste ano com impactos nas taxas de juro, na produção e consumo de bens, nas cadeias de transporte e abastecimento de mercadorias e no crescimento económico;
-O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) poderá aumentar o PIB nacional em 3,5% até 2026, mas terá de chegar rápido ao setor empresarial do estado e às empresas privadas para não se perder o potencial de acréscimo da economia;
-Os rumos da agricultura, indústria, turismo e transportes são cruciais para o futuro, mas estão sujeitos à capacidade de controlar a Covid e aos reforços da inovação, qualificação da mão de obra e produtividade;
-A divida externa dificulta o financiamento e sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social e de Saúde que são vitais perante o decréscimo da natalidade e o envelhecimento da população;
-O investimento em energias limpas deve acelerar para atingir uma economia neutra em carbono, reconvertendo as instalações e equipamentos que utilizam energias fósseis para minorar as alterações climáticas;
-A digitalização e aposta tecnológica devem aumentar, havendo a expetativa que esta década o “metaverso” misture a realidade com o mundo virtual, de modo a abranger milhões de pessoas e milhares de milhões de euros em comércio digital.
Neste quadro, para antecipar as soluções, também o Médio Tejo e Tomar devem equacionar respostas para estes desafios, as quais são decisivas para o nosso crescimento económico e social, em vez de se ocuparem com projetos fugazes e programas festivos que desperdiçam recursos. José Rogério