Amílcar Ferreira, um dos rostos mais visíveis da Escola de Condução «Estrela do Nabão», foi alvo de ameaças durante esta semana na sequência das diversas denúncias públicas que tem efectuado em torno das designadas escolas «low cost», ou seja, estabelecimentos que proporcionam preços baixos para quem quiser tirar a carta. O instrutor, em entrevista à Hertz, não tem dúvidas em apontar o dedo a esta plataforma de ensino, catalogando-a como uma «vigarice», uma análise que ganha força se olharmos para o ranking ocupado pela «Estrela do Nabão», que se assume entre as melhores no que diz respeito às taxas de aprovação. Amílcar Ferreira alerta, desta forma, que o barato pode sair muito caro: «Há cerca de seis anos que denuncio esta vigarice, chamemos-lhe assim… As pessoas só são aprovadas se souberem conduzir, se tiverem formação de qualidade. Mas aquilo que se está a passar é que as pessoas vão para escolas que cobram duzentos, trezentos ou quatrocentos euros mas depois não são aprovadas. Depois somos surpreendidos com as pessoas que chegam dessas escolas e que estão em desânimo total pois gastaram dinheiro e não tiraram a carta. Ainda bem que o IMT divulgou o ranking e temos muito orgulho pois a Escola Estrela do Nabão está nos primeiros lugares do país. É sinal que estamos a conseguir vencer e a denunciar esta pouca vergonha. O último episódio desta situação tem a ver com ameaças à minha pessoa, fruto de telefonemas anónimos… os veículos estão a ser riscados… é sinal que isto está a incomodar alguém. Estou convencido de que, mais tarde ou mais cedo, haverá legislação que consiga entalá-los. Isto é uma pouca vergonha!».
Relativamente às ameaças de que tem sido alvo, Amílcar Ferreira confirma a existência de telefonemas anónimos e até de viaturas riscadas… mas garante que isto só lhe dá mais força para continuar a denunciar aquilo que considera como «pouca vergonha»: «Sinto-me amargurado com tudo isto mas, por outro lado, ganho ainda mais força. Se pensam que vou parar de denunciar estas situações, estão enganados. Ainda assim, as pessoas hoje estão com os olhos mais abertos e já nos procuram. E a prova disso são os muitos alunos que chegam do Entroncamento e de Torres Novas, alunos que sabem que a nossa escola é uma das que tem maior taxa de aprovações. Em Tomar havia muita gente que ia para o Entroncamento atrás daqueles trezentos euros mas depois aquilo corre muito mal. As pessoas têm que se informar sobre estas situações pois estamos a falar da carta de condução, que interessa a todos».