O trabalho “Modelação de Sulfuretos e de Gás Sulfídrico no Sistema de Drenagem de Águas Residuais Industriais de Alcanena” foi tema de uma comunicação realizada no âmbito do 15.º Congresso da Água que decorreu em formato digital entre os dias 22 e 26 de março, numa organização da APRH – Associação Portuguesa dos Recursos Hídricos. Este trabalho deu a conhecer os resultados e as conclusões das campanhas de monitorização de sulfuretos e gás sulfídrico que foram realizadas no sistema de Alcanena pela equipa da HIDRA, empresa responsável pela elaboração do Plano Estratégico para a Evolução do Sistema de Saneamento de Alcanena, em conjunto com a equipa técnica da AQUANENA. O modelo de previsão proposto foi o AeroSept+ (Aerobiose e Septicidade em sistemas de águas residuais), da autoria do professor José Saldanha Matos e adaptado pela HIDRA ao sistema de drenagem de Alcanena. A apresentação aconteceu no âmbito do painel sobre “Serviços de Abastecimento, drenagem e tratamento de águas/Otimização em sistema de abastecimento”, que se realizou no dia 23 de março, entre as 15h00 e as 16h00. A intervenção esteve a cargo de Rita Matos, da HIDRA. O trabalho tem a autoria conjunta investigadores do Instituto Superior Técnico, da consultora HIDRA e da AQUANENA: José Saldanha Matos (HIDRA), Manuel Peixeiro (Universidade de Lisboa), Filipa Ferreira (Instituto Superior Técnico), Isabel Pires (Diretora Geral da AQUANENA), Miguel Guerreiro (Diretor de Exploração da AQUANENA), de Maria Silva e Cristiana Fojo (quadros superiores AQUANENA).
Entre as principais conclusões abordadas na apresentação, foi referido que a elevada concentração de sulfuretos e gás sulfídrico provoca a libertação de odores ofensivos, a geração de ambientes tóxicos e a corrosão de materiais das estruturas do sistema, nomeadamente, com impacto na rede de coletores. Foram ainda abordadas as propostas de beneficiação, já integradas no Plano Estratégico para a Evolução do Sistema, e que consistem nas seguintes medidas:
– Instalação de medidores em contínuo dos sulfuretos, da temperatura e do pH nas unidades industriais com operação de caleiro;
– Implementação de uma fase de pré-tratamento do efluente líquido em 3 estações de monitorização da rede de drenagem, com adição de cloreto férrico
– Intervenção na obra de entrada da ETAR (admissão do efluente) e a cobertura dos tanques de homogeneização.