Quem alerta é a Quercus. A terceira vaga de incêndios que assolam o país está a deixar a Quercus apreensiva devido ao impacto ambiental e social no interior do país. A seca extrema aliada a condições meteriológicas adversas estão a aumentar o impacto dos incêndios que, além da destruição de milhares de hectares de floresta, têm libertado dióxido de carbono e outros compostos, havendo neste momento risco de contaminação das linhas de água com as cinzas dos incêndios.
A Quercus alerta ainda para a fauna que foi perdida devido aos incêndios, bem como para as dificuldades que os animais que sobreviveram terão para garantir alimento e abrigo nesta fase. Sendo que 98% dos fogos têm origem humana, torna-se necessário estudar melhor as causas dos incêndios. A rapidez da propagação das chamas é também uma preocupação, sendo que mesmo em áreas ordenadas, como no caso do incêndi da Aldeia do Mato em Abrantes, a propagação das chamas torna impossível a acção rápida e eficaz dos bombeiros.
A Quercus está preocupada com os impactos dos milhares de hectares de espaços florestais afetados pelos incêndios desde a primeira vaga de incêndios em junho na área da bacia da Albufeira de Castelo de Bode no rio Zêzere, nos concelhos de Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Sertã, Vila de Rei, Abrantes e Tomar, devido também à degradação da água quando forem arrastadas as cinzas para o rio Zêzere e ribeiras afluentes. Apesar do tratamento da água efetuado pela EPAL, devem ser reduzidos os riscos preventivamente com a reflorestação e gestão de ativa com o objectivo de conservação dos recursos naturais.
A Quercus considera que deverá ser feita uma reflexão profunda na sociedade sobre a problemática dos riscos na floresta, para que seja alterado o paradigma da floresta que temos.
Início REGIONAL ACTUALIDADE – Vaga de Incêndios compromete a sustentabilidade da floresta portuguesa