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ACTUALIDADE – Crimes de incêndios florestais deixam de ter investigação prioritária. Bombeiros falam em falta de respeito por quem perdeu a vida no combate

O presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Santarém, Carlos Gonçalves, considera que a recente alteração à Lei prevê que os incêndios florestais deixem de ser um crime de investigação prioritária. O também comandante dos Bombeiros de Tomar não tem dúvidas em afirmar que esta mudança é uma afronta aos bombeiros portugueses. Carlos Gonçalves junta-se, assim, à posição também assumida por Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, (LBP) que lamentou a decisão tomada pelo Parlamento relativamente à Lei 72/2015, que define os objectivos, prioridades e orientações de política criminal para o biénio 2015-2017, e que irá entrar em vigor a 1 de Setembro. Em declarações prestadas à Hertz, Carlos Gonçalves classifica esta decisão como um retrocesso enorme e acusa ainda os deputados da Assembleia da República de falta de respeito por quem dá a vida pela causa: «Trata-se de um retrocesso enorme naquele que foi o caminho em que se tentou imputar as responsabilidades a todas as pessoas que, de forma malévola, delapidam património das pessoas, para não esquecer, claro está, situações que resultam na morte de bombeiros. Isto é uma afronta e uma falta de respeito pelos bombeiros e pelas pessoas que combatem estes flagelos. O incendiário, sentindo-se menos vigiado, fica à vontade para realizar a sua actividade criminosa».

Por sua vez, o Presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Marta Soares, afirma-se estupefacto, considerando a alteração no mínimo insólita, interpretando-a como um desrespeito para com as populações que sofrem com estes flagelos. Num comunicado enviado à Hertz, Jaime Marta Soares considera esta aprovação “um grave insulto para com os Bombeiros Portugueses que combatem os incêndios florestais, defendendo o património colectivo, muitas vezes à custa da sua própria vida.”