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ACTUALIDADE – COVID-19: estratégias dos Hospitais de Abrantes e Covões/Coimbra. Da insegurança à segurança pandémica

Na verdade, é perfeitamente natural e humano que os cidadãos temam a brutal e ainda desconhecida pandemia (COVID-19) que está a atingir a humanidade em geral e os portugueses em particular.
Até ao momento, esta gigantesca calamidade já vitimou cerca de 130.000 pessoas no mundo, sendo mais de 50% no continente europeu (sobretudo em Espanha, Itália, França e Reino Unido) e, por isso, os cidadãos revelam alguma intranquilidade e insegurança, pois o perigo pode “bater à porta” de cada um em qualquer momento…
Depois, a sensação de insegurança aumenta porque esta pandemia assenta num vírus biologicamente traiçoeiro, na medida em que este poderá ser transmitido por pessoas assintomáticas, isto é, os seus portadores poderão contagiar os familiares, amigos e vizinhos, sem saberem que estão infetados com a doença.
Em contrapartida, para combater esta insegurança geral, Portugal tem várias organizações de saúde técnica e humanamente bem preparadas para responder a esta conjuntura pandémica, caso ela não evolua para dimensões descontroladas, dando assim alguma confiança e segurança aos portugueses.
Na região centro do país, a população tem duas instituições especialmente dedicadas à COVID, nomeadamente o Hospital de Abrantes, no âmbito do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) e o Hospital dos Covões, no contexto do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), aptas a responderem às necessidades mais urgentes e emergentes colocadas por esta nova pandemia.
Na realidade, a Administração do CHMT, presidida por Carlos Costa, tomou em tempo oportuno várias medidas estratégicas para evitar que as suas unidades de saúde entrassem em rotura, como por exemplo: transferiu algumas valências médicas do hospital de Abrantes para os hospitais de Tomar e Torres Novas, de modo a que os últimos aliviassem o primeiro; desenvolveu um trabalho concertado entre os especialistas da área e as autoridades de saúde concelhias e autarquias locais, para anteciparem cenários pandémicos mais severos; mobilizou equipas multidisciplinares (integradas por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, técnicos de diagnóstico e tratamento…), para realizarem o maior número de testes médicos e de exames complementares; e ainda transmitiu aos responsáveis de Lares e Centros de Dia da região informações respeitantes a auto-cuidados e auto-proteção, as quais são decisivas para tentar travar a evolução da pandemia.
Simultaneamente, a equipa do CHMT dirigida por Carlos Costa, acompanha diariamente as trágicas ocorrências em Espanha, França, Itália e Reino Unido para perceber os erros praticados e tentar não os repetir nas suas unidades de saúde e, ao mesmo tempo, mantém em total prontidão o Serviço de Medicina Intensiva do hospital de Abrantes, apesar deste ainda possuir uma baixa taxa de ocupação de doentes COVID.
Por outro lado, em relação ao Hospital dos Covões, pertencente ao maior centro hospitalar do país, a Administração do CHUC, presidida por Fernando Regateiro, teve visão estratégica e capacidade de planeamento para adotar decisões vitais, como: dedicar a unidade hospitalar dos Covões somente para doentes COVID; apetrechar esta unidade com os serviços de urgência, de cuidados intensivos, de cuidados intermédios, de internamento de doentes estáveis e de diálise exclusivamente para esta patologia; colocar lideranças experientes nos lugares-chave para responder a todas as emergências; e ainda criar equipas em espelho para fomentar a rotação e reserva de muitos profissionais.
Paralelamente, no domínio do “gigante” Hospital Universitário de Coimbra, também foram tomadas medidas estruturantes para responder, de forma rápida e eficiente, à conjuntura pandémica, como por exemplo: destinar a enfermaria de doenças infeciosas para pacientes com o coronavírus; dividir o serviço de urgência em duas partes, uma para as queixas respiratórias e outra para as múltiplas patologias; criar circuitos distintos para doentes “normais” e utentes suspeitos da COVID; realocar espaços para funções tampão e adiar os serviços de ambulatório e de cirurgias não urgentes; e ainda afastar os alunos universitários dos estágios e dos vários serviços hospitalares.
Por sua vez, a equipa do CHUC liderada por Fernando Regateiro, continua a expandir a capacidade instalada nos Serviços de Cuidados Intensivos, para melhor enfrentar uma hipotética “onda explosiva” da pandemia e, ao mesmo tempo, promoveu um trabalho colaborativo entre a Universidade de Coimbra (através dos seus Laboratórios), a Administração Regional de Saúde do centro e o Centro de Sangue e Transplantação de Coimbra, de modo a darem uma resposta autónoma e poderosa aos testes COVID em toda a região centro do país.
Por último, face à evolução “moderada” da COVID-19 em Portugal, será fundamental que os cidadãos mantenham o confinamento e distanciamento social, as medidas de higienização e etiqueta respiratória, para que as unidades hospitalares do CHMT e do CHUC, bem como o Serviço Nacional de Saúde na sua globalidade, consigam responder positivamente aos desafios originados por esta inesperada pandemia.

José Rogério