Terminou mais uma edição do Creative Camp que decorreu em Abrantes entre 5 e 12 de julho. Este evento criativo, que anualmente resulta numa galeria ao ar livre e projeta Abrantes nos circuitos internacionais de arte urbana, juntou cerca de 120 artistas de mais de 20 nacionalidades e resultou em cerca de meia centena de intervenções em áreas como o cinema, música, arquitectura, publicidade e arte urbana. Organizado pelo Canal 180 – canal de televisão português dedicado à arte e cultura – em parceria com o município de Abrantes, o 180 Creative Camp recebeu recentemente o selo de qualidade da EFFE – Plataforma Europeia de Festivais, atribuído pela União Europeia aos festivais que valorizem as artes, as comunidades locais e os valores europeus. Do campo criativo deste ano destacam-se acções de interacção com a comunidade local, entre outras, as que envolveram as crianças e jovens do campo de férias desportivas que fizeram um “assalto” ao Castelo da cidade, as intervenções em várias lojas comerciais do centro histórico, ou a participação da comunidade de Vale de Rãs na gravação de um videoclipe com o grupo musical “Os Príncipes” (“Amo o não Amar”). A Rua Maria de Lourdes Pintassilgo foi a escolhida pelos criativos colombianos Maria Mazzanti e Martin Ramirez para realizarem a intervenção urbana “Domesticy”, projeto vencedor do concurso internacional lançado anualmente por esta ocasião. A ideia foi recriar um espaço doméstico em espaço público, recorrendo a um conjunto de objetos – mesas e cadeiras recuperadas – convidando as pessoas a sentarem-se e a conversarem sobre a cidade. Destaque ainda para a instalação de INSA (que recentemente criou o maior GIF do mundo no Rio de Janeiro) que realizou uma intervenção mural. Trinta camadas foram pintadas durante estes dias para fazer um GIF. Para uma melhor interação, existe uma aplicação para iphone que pode ser descarregada na Apple Store (GIF-ITI Viewer App). A Presidente da Câmara fez um balanço “claramente positivo” da terceira edição do Festival. “Estamos a criar um evento de grande sustentabilidade e com uma dimensão social muito importante”, referiu Maria do Céu Albuquerque, salientando o retorno económico que o evento deixa na comunidade local, quer na vertente do alojamento e restauração mas também porque todos os materiais utilizados pelos criativos foram adquiridos localmente. Maria do Céu Albuquerque afirmou ainda que gostaria que os abrantinos se apropriassem das intervenções resultantes da iniciativa: “Gostaria que os comerciantes replicassem e dinamizassem aquilo que foram as instalações deixadas e que se envolvessem cada vez mais em próximas edições do Creative Camp. A instalação deixada na rua Maria de Lourdes Pintassilgo pode ser um bom exemplo para pedir às várias ruas e becos da cidade e do concelho que num futuro se apropriem da ideia, para que possamos viver cada vez mais e melhor o espaço público”.