A Associação Rossio Com Vida, de Abrantes, irá promover, neste sábado, dia 23 de Junho, uma sessão subordinada ao tema “A saúde mental da pessoal idosa”, com a presença da psicóloga clínica Alice Patrício. Será a partir das 15 horas, no Parque Tejo (Aquapolis Sul), com entradas livres. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 15% dos adultos com 60 ou mais anos de idade sofre de uma patologia mental ou neurológica, sendo as mais comuns a depressão e a demência, seguidas da ansiedade e de problemas associados ao consumo de substâncias. Portugal tem uma população cada vez mais idosa e com maior esperança de vida, o que muda o paradigma da saúde física e mental, desafiando a comunidade com responsabilidades sobre a população sénior a encontrar respostas mais adequadas. Veja-se estes números: cerca de 21% da população residente em Portugal tem 65 ou mais anos, a esperança de vida é de aproximadamente 77 anos nos homens e 83 anos nas mulheres, e o índice de envelhecimento em Portugal atinge os 144%, contra 28% há meio século atrás (PORDATA, 2015).
A OMS define a saúde mental como “o estado de bem-estar no qual o indivíduo realiza as suas capacidades, enfrenta o stress normal da vida, trabalha de forma produtiva e frutífera, e contribui para a comunidade em que se insere”, estando comprovado que a saúde mental afecta e é afectada pelo estado de saúde físico. Segundo a mesma organização, a melhoria da qualidade de vida da população idosa depende muito do empenho de cada um, enquanto agente da sua própria saúde, participação e segurança, e da sociedade como um todo, para que sejam garantidas as oportunidades para tal, à medida que as pessoas envelhecem. Além dos problemas comuns a pessoas mais novas, os idosos sofrem de continuada perda de capacidades e habilidades funcionais, nomeadamente de redução de mobilidade, dor crónica e fraqueza, a que se somam eventos negativos como perda de rendimentos e de familiares e amigos. Todas estas situações podem contribuir para o isolamento e a solidão da pessoa idosa, requerendo maior atenção e cuidados de longa duração. Acresce que as pessoas idosas são mais vulneráveis a abusos físicos, verbais, psicológicos, financeiros e sexuais, bem como à despersonalização, negligência, subjugação e abandono, entre outras indignidades e faltas de respeito.
Face a esta realidade, é essencial definir políticas públicas eficazes, preparar e apoiar os profissionais, as famílias e a comunidade, nomeadamente através de boa formação, recursos e assistência, e oferecer adequados serviços geriátricos, os quais atentem à preservação cognitiva da pessoa idosa, à prevenção de doenças, ao diagnóstico precoce, ao tratamento especializado e atempado, aos cuidados continuados e ao apoio permanente aos cuidadores. Importa, também, criar condições e ambientes de vida que facilitem e promovam o bem-estar e uma existência saudável da população
idosa, tais como liberdade e segurança, habitação condigna, apoio diferenciado (material, social e psicológico), prevenção e combate às situações de abuso, e desenvolvimento de programas comunitários de envelhecimento activo.