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Com o objetivo de promover a reflexão e o debate sobre o exercício da cidadania, o Fórum do Conhecimento contou com a participação de vários especialistas na área da educação e da intervenção social. Na sessão de abertura, Celeste Simão, Vereadora da Educação, começou por explicar que “é importante estamos aqui hoje tendo em conta a realidade que vivemos nas nossas escolas e na nossa comunidade em geral com o fenómeno das migrações. É tempo de todos refletirmos sobre as mudanças a que temos vindo a assistir. Falemos, assim, de inclusão, que desafios temos para o futuro e o que já estamos a fazer para termos uma comunidade cada vez mais inclusiva e onde todos possam ter o seu lugar”. “Os caminhos para a inclusão podem ser muitos, mas têm de estar sempre no centro das nossas agendas e ser uma preocupação constante se queremos ter um mundo melhor e uma comunidade mais inclusiva”, salientou Celeste Simão. João Costa, ex-Ministro da Educação e atual Diretor da Agência Europeia para o Ensino Especial e Educação Inclusiva, abordou a temática dos “Desafios globais dos sistemas educativos: o caso da inclusão” começando por dizer que “estamos a viver num contexto muito acelerado e os sistemas educativos são lentos porque gostam de avaliar e monitorizar e isto é pouco compatível com o que está a acontecer”. “A imigração traz complexidade à realidade da escola porque partimos de contextos em que tínhamos comunidades bilingues e hoje o que é normal é termos 20 a 30 línguas maternas, o que traz desafios para o ensino e para a inclusão”, referiu João Costa. Mostrar os benefícios sociais e económicos da educação e garantir a equidade e inclusão através da educação são alguns dos desafios apontados por João Costa para os próximos 6 anos. O ex-Ministro da Educação mostrou ainda alguns dados que apontam os benefícios socioeconómicos da educação, nomeadamente, que quanto mais se estudar, maior é a probabilidade de se ter uma vida melhor, ou quem mais estuda, é mais feliz porque consegue gerir o seu lazer. João Cosa defende que “a inovação pedagógica é um instrumento para a inclusão” e que os alunos são um grande recurso para a inclusão. Durante o Fórum do Conhecimento, Nuno Gomes, assessor para a área do Desporto, apresentou o programa “Abrantes Desporto Inclusivo”, criado pelo Município em 2022, que se dirige a apoiar crianças, residentes ou estudantes no concelho, até aos 6 anos, que possuem um grau de incapacidade igual ou inferior a 60% proporcionando aulas gratuitas, uma vez por semana, de natação inclusiva, psicomotricidade e hipoterapia (método que utiliza os movimentos do cavalo para a educação terapêutica), esta última que se desenvolve em parceria com o apoio do RAME – Regimento de Apoio Militar de Emergência e do Centro Equestre de Abrantes – Quinta da Feiteira. Promover a igualdade de oportunidades motoras e contribuir para o desenvolvimento motor e cognitivo dos alunos que integram o programa são os principais objetivos do “Abrantes Desporto Inclusivo”. “Da exclusão à inclusão” foi o tema da mesa redonda que juntou as especialistas do Agrupamentos de Escolas Nº 1 e Nº 2 de Abrantes e da EPDRA – Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes, num debate moderado por Alexandra Simão, onde foram debatidos os atuais desafios que as escolas enfrentam e apresentados os vários projetos que as escolas atualmente desenvolvem para a inclusão dos alunos migrantes de mais de 20 nacionalidades, onde a empatia e a humanidade são as palavras chave. Durante o Fórum do Conhecimento foi ainda apresentado o projeto YOLOabt.com-E9G, promovido pela Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, desenvolvido pela Delegação de Abrantes da Cruz Vermelha Portuguesa, e o projeto “Conhecer para acolher” da Câmara Municipal de Abrantes realizado pelos mediadores e pelos dinamizadores do Município. A sessão finalizou com a partilha de testemunhos de migrantes a viver em Abrantes. A atuação da ESTATUNA – Tuna da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes abriu o Fórum do Conhecimento.