A Quercus recebeu, nos últimos dias, várias denúncias de cidadãos, que alertaram para descarga poluente de extrema gravidade no rio Tejo com uma coloração acastanhada e com muita espuma à superfície, «alegadamente com origem numa celulose em Vila Velha de Ródão», refere, em comunicado, esta entidade dedicada à defesa do ambiente. No mesmo texto, é referido que «as descargas poluentes têm sido recorrentes nos últimos anos, e a espuma que ao longo dos últimos dias tem sido visível no rio Tejo, em particular junto ao açude de Abrantes e à Barragem de Belver, tem origem numa fonte de poluição junto à Ribeira do Açafal, afluente do Tejo, em Vila Velha de Ródão»
A Quercus recorda que «da atuação anterior das autoridades já tinha resultado um levantamento de Auto de Notícia por Crime contra a Natureza, remetido para o Tribunal Judicial da Comarca de Castelo Branco e autos de Notícia por Contra-Ordenação, remetidos para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA – ARH Tejo)». Na sequência destas denúncias, a Quercus tem alertado as autoridades para a poluição no Rio Tejo». Esta situação, lamenta, «ocorre pela falta de atuação em conformidade com a gravidade da situação, por parte da Agência Portuguesa do Ambiente e do próprio Ministério do Ambiente», uma tese que encontra suporte no facto de o Ministério do Ambiente em dezembro de 2015 já referir que “identificou os efluentes da empresa Celtejo, em Vila Velha de Ródão, como um preocupante foco de poluição do rio Tejo”».
A Celtejo – Empresa de Celulose do Tejo, S.A., do grupo Altri, tem um projeto de investimento ao abrigo do Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial e Empreendedorismo (Inovação Produtiva Não PME), para a introdução de inovações no processo de produção de pasta de papel ‘tissue’. Isto significa que o projeto é financiado por fundos europeus, que no caso da Celtejo são 21,37 milhões de euros. A Quercus considera «inaceitável a recorrência de crimes ambientais por parte de entidades infratoras e apela ao Ministro do Ambiente para retirar a licença de descarga de efluente e a licença de exploração, até resolução definitiva dos problemas que atingem o rio Tejo».