Imagine que a melhor sala de espetáculos do mundo tem no palco um castelo, numa ilha, envolto em água… parece impossível! Mas é real. Isso chama-se Almourol e é único. Já um merece um lugar na lista dos monumentos mais emblemáticos do planeta para a realização de eventos culturais, quer sejam de teatro, dança ou música, qual anfiteatro romano de Mérida, Espanha, ou as pirâmides de Chichén Itzá, México. Desta vez foi o Festival Zêzere Arts que proporcionou mais um grande momento. Caiu a noite com o seu manto estrelado sobre as muralhas iluminadas do castelo, espreitadas pela lua eclipsada em tons de vermelho, um fenómeno que só se irá repetir daqui a 105 anos. O rio desfilou calmo e silencioso a compor um cenário divino. Mais de duas centenas de pessoas ocuparam o anfiteatro para ouvir os alunos e professores do Festival Zêzere Arts 2018, que há cerca de oito anos promove concertos de música erudita em Vila Nova da Barquinha, Tomar e Ferreira do Zêzere.
A qualidade musical esteve à altura do cenário. Conduzidos pelo maestro irlandês Brian Mackay, cerca de 3 dezenas de jovens músicos e seus mestres interpretaram de forma magistral temas de Vivaldi, Purcell, Villa-Lobos, Mozart e Tchaikovsky. À orquestra somaram-se as vozes graciosas da soprano Beatriz Maia e da contralto Jacinta Albergaria. A violinista Raquel Cambournac foi protagonista de outro momento alto, sem pauta e com o público a seus pés. O Festival Zêzere Arts tem o apoio do Município de Vila Nova da Barquinha. Texto e fotos: Pérsio Basso