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TOMAR – 11ª descida radical do Rio Nabão em jangadas improvisadas e canoas continua a somar êxitos

O rio Nabão afluente do rio Zêzere que dá a grande beleza e frescura à cidade templária de Tomar e que nasce no concelho de Ansião, no lugar dos Olhos de Água, e a ele junta-se a cerca de dez quilómetros de Tomar, a grande nascente de águas medicinais do Agroal, já no concelho de Ourém, e que desagua na margem direita do rio Zêzere, depois de um percurso de 61,47 km, há um enorme potencial em desportos náuticos radicais a descobrir e explorar!
A partir do Agroal e até Tomar, este rio corre em leito mais ou menos apertado, selvagem, de natureza virgem e exuberante, em que as únicas construções do homem foram açudes de irrigação de terrenos e de uso da força motriz da água para azenhas e lagares, e ao funcionamento da desactivada Fábrica de Papel de Porto de Cavaleiros. Se a nascente do Agroal, hoje é uma praia fluvial de grande qualidade e muito frequentada, em que o Município de Ourém fez investimentos – a partir do Agroal ( limite do concelho com Tomar) ainda ninguém, a nível autárquico viu o potencial que este rio oferece para a prática de desportos radicais e, a exemplo dos “Passadiços do Paiva” criar numa extensão de mais de 8-10Km, algo idêntico, pois estamos perante um verdadeiro “santuário natural”.
Neste percurso, encontra-se a capela das Lapas, o Sobreirinho onde em tempos o Marques de Pombal instalou a primeira fábrica de Papel do Prado e mais abaixo a nova Fábrica que recentemente encerrou e que era a única em Portugal a produzir cartolinas
A MOCAART um associação Morto Organizadora de Competição e Aventura de Além da Ribeira, através dos seus jovens dirigente há 11 anos, lembrou-se de criar um evento que é uma descida radical deste rio em barcos improvisados e canoas e que cada vez ganha mais adeptos!
A construção dos objectos flutuantes, que levam quatro, cinco e seis aventureiros não tem limites, sejam bidões soldados, barricas de plástico, placas de esferovite, câmaras-de-ar de tractores e camiões, paletes, amarradas a flutuadores, ou seja a reciclagem pura e dura e a imaginação.
Ao seu lado, neste dia de S. João, jovens, que através de empresas de desportos radicais fazem canoagem, longe de locais muito frequentados pelas pessoas, já descobriram o Nabão! Durante esta descida sente-se que estamos num local à parte, as árvores debruçadas sobre o rio, os raios de luz a rasgar a vegetação e o trajecto sorrateiramente calmo que pode surpreende os mais inexperiente com açudes, rápidos, pedras, troncos…
Mas nunca se registam acidentes, mas sim muita adrenalina!
É um dia de festa de convívio. Não estão em competição, interessa é partirem numa manhã do Agroal e chegar a tempo para o almoço do porco do espeto ao Sobreirinho, onde os autarcas da Junta de Além da Ribeira/Pedreira os esperam. Pelo caminho, muitas dificuldades, a passagem dos açudes, o ter que levar as jangadas à mão, ou entrar em troços rápidos, o ser arranhado por silvas, o ficar encalhado. A indumentária, vai desde os piratas do rio, ao que a imaginação ditar.
Cerca de 30 embarcações e mais de 80 participantes fizeram-se ao rio, sendo que um dos remadores, foi o vice-presidente da Câmara de Tomar – Hugo Cristóvão. Pela primeira vez o evento foi tema de reportagem da SIC Radical o que vai ajudar ainda mais a projectar as potencialidades do Nabão e a necessidade de se investir, num canal navegável, mais seguro, mais fácil e quem sabe se num futuro, este rio que desenvolveu a cidade de Tomar pela via industrial, seja um pólo de desenvolvimento por via do turismo. Registe-se que a cidade de Tomar a exemplo de Paris, foi das primeiras cidades a ter energia eléctrica, produzida por um gerador da Levada, mandado implantar pelo industrial Mendes Godinho e para o qual foi feito um canal artificial que criou a ilha da Mouchão e a Levada que conduzia a água à Central de Energia. Rio que no tempo do estado Novo, quando Ourém quis desviar as águas da grande nascente do Agroal para Fátima, levou a lutas da população, pois sem esta água a cidade de Tomar, não seria o oásis que hoje se apresenta a quem a visita. O Nabão encheu-se de cor, alegria e participantes para um evento que tem como objetivo também alertar para a limpeza das margens do rio, como defendem os dirigentes da MOCAART – Moto Clube de Além da Ribeira e para as suas potencialidades de turismo de aventura.
No Sobreirinho os autarcas da União de Freguesias de Além da Ribeira/Pedreira associarem-se à iniciativa.