53 enfermeiros e 29 assistentes operacionais entregaram ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar Médio Tejo o seu pedido de transferência do serviço de Urgência do Hospital de Abrantes. Num esclarecimento publicado pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses a situação naquele serviço é catalogada como «caótica» pelo que aqueles 82 profissionais «pretendem deixar o serviço», reforça o SEP, que justifica o cenário «perante a não contratação de novos enfermeiros para colmatar a enorme carência existente e face às consequentes péssimas condições laborais e crescente falta segurança para os utentes», sendo que este texto fala ainda que a equipa «perante a crescente afluência de utentes à Urgência e o reduzido número de profissionais que garantam os cuidados necessários, está confrontada com o agravamento da sua carga física e psicológica, conduzindo à exaustão dos profissionais». Os profissionais do CHMT fizeram mesmo um manifesto onde refere que «o cansaço físico e psicológico dos profissionais que trabalham neste ambiente penoso e de risco (…) não poderá a responsabilidade ser atribuída a quem não tem outra alternativa a não ser tentar fazer o melhor que pode a tantos milhares de pessoas que aqui se dirigem, na esperança de encontrar ajuda para o seu problema mais ou menos grave, mais ou menos urgente». Os enfermeiros assumem-se como «poucos para dar resposta a tantos doentes que se acumulam em macas lado a lado, a ponto de se tocarem, esperando longas horas por um cuidado, uma resposta ou um simples olhar. Tantos, que por vezes até se torna difícil chegar perto».
Leia o manifesto dos enfermeiros em http://www.sep.org.pt/files/uploads/2018/04/sep_03042018_santarem_manifesto_hospital-de-abrantes.pdf