Com passadeira vermelha colocada na entrada do edifício da Junta, o Secretário de Estado das Autarquias Locais Carlos Miguel, veio a convite da Junta a Areias, proceder à reinauguração de obras levadas a efeito no edifício, que a partir de agora os munícipes e funcionários terão melhores condições de tecnológicas, de atendimento e conforto. Aqui funciona o posto dos CTT e existe caixa multibanco instalada. O Rancho da Vila de Pias, fez a recepção ao membro de governo e convidados, em que se contava o padre da freguesia Manuel Vaz Patto, que procedeu á bênção, o presidente da Câmara de Ferreira – Jacinto Lopes, o presidente da Assembleia Municipal Luís Pereira, os vereadores eleitos pelo PSD no executivo da Câmara, Comendador Sérgio Melo, da Assembleia de Freguesia de Areias/Pias, alguns Presidentes de Junta, comandante do Destacamento da GNR de Tomar e comandante da GNR de Ferreira , comandante dos Bombeiros de Ferreira e presidente da Associação Humanitária e alguns representantes das Coletividades e alguns residentes na freguesia, que no final da Eucaristia e em dia de mercado quiseram associa-se a este evento.
O Presidente Hugo Azevedo abriu os discursos e durante 16 minutos leu, com algum nervosismo latente a resenha das actividades da junta e salientou que ” o executivo da União das Freguesia de Areias e Pias, desde que tomou posse à frente dos destinos desta freguesia, tem-se pautado essencialmente por trabalhar em prol da população, do seu bem-estar, dotando a freguesia de mecanismos, estruturas e equipamentos de apoio sempre com esse objetivo maior: o garantir o bem-estar da população. Neste sentido, e porque a sede da junta de freguesia não reunia as condições mínimas, quer para os trabalhadores, quer para receber os nossos fregueses, decidimos desde cedo que a mesma carecia urgentemente de obras de recuperação no seu interior, nomeadamente em termos de eficiência térmica, energética e tecnológica. Terminadas as obras em questão, orçadas em cerca de 49.000,00 Euros, permitem agora dotar o edifício de condições mínimas para que os nossos fregueses possam ser recebidos com conforto e dignidade, apoiados com infraestruturas de apoio actualizadas”.
Discursou ainda Jacinto Lopes, presidente da Câmara e encerrou o secretário de Estado, que conhece bem a realidade das autarquias, já que foi Presidente da Câmara de Torres Vedras. Carlos Manuel Soares Miguel é natural de Torres Vedras e é advogado. Actualmente secretário de Estado das Autarquias Locais e ao ser empossado neste cargo, tornou-se a primeira pessoa de origem cigana a chegar ao Executivo de Portugal.
Antes de ser advogado e ter trabalhado como advogado (durante dezassete anos), foi serralheiro civil. De 2004 a 2015, foi presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras anteriormente, entre 2002 a 2004, foi o vice-presidente desta autarquia. Na década de 1990, desempenhou as funções de membro da Assembleia Municipal. Foi ainda conselheiro do Alto Comissariado para as Migrações. Quando foi convidado para ao governo e devido ao preconceito da sua origem, que deu muito que falar, registe-se que Carlos Miguel referiu “Sou cigano, não tenho culpa”.
Carlos Miguel, ficou conhecido como o advogado dos ciganos. Nunca recusou quem o procurava para o ouvir como um símbolo, o autarca cigano. “O meu pai era de etnia cigana e sempre fez vida de cigano, vendia calçado nas feiras. Era supersticioso, não podia ver um sapo… A minha mãe não era cigana e a relação dela com a comunidade sempre foi complicada. Não sei se não foi aceite ou se não o quis ser. A nossa família sempre foi bem vista em Torres Vedras. Tenho um irmão que é engenheiro. Eu era o filho do ‘Carlos Cigano’ e chamava a atenção porque ia ser doutor.
A minha mãe era empregada fabril e o salário dela sempre foi para os nossos estudos. Fiz o curso técnico de serralheiro. Quando entrei no liceu, descobri a Filosofia. Acabei em Direito, não apreciei o curso, mas gosto de exercer. Não fui especialmente discriminado, mas não nego que o preconceito existe” Num concelho em que não existem comunidades ciganas, o membro do governo centrou o seu discurso na descentralização do Poder Local e na importância das autarquias locais e em que as juntas de freguesia serem o governo mais próximo das populações. Foi descerrada na frontaria do edifício placa em acrílico que regista o momento e sem a menção de títulos académicos, do membro do governo como preconiza algumas orientações do actual governo. António Freitas