A Polícia Judiciária deteve cinco homens fortemente indiciados pela prática de crimes de associação criminosa, roubo e furto qualificados a carrinhas dos CTT, nomeadamente em ocorrências registadas em Abrantes, a última dos quais em Maio último. Os indivíduos fazem parte de dois grupos criminosos que, desde setembro de 2012 até à presente data, terão cometido cerca de quatro dezenas de roubos e furtos a funcionários dos CTT que transportavam valores nos veículos ao serviço desta entidade. Na maioria das ocorrências, efectuavam o roubo com recurso a arma de fogo para intimidar as vítimas que faziam o transporte de dinheiro, por vezes levando a própria viatura assaltada, havendo também casos em que procediam ao respectivo furto por arrombamento. Em várias situações os autores faziam-se transportar em carrinhas, muitas vezes alugadas, levando na zona de carga um motociclo que era utilizado para a abordagem às viaturas dos CTT. Os crimes foram cometidos de norte a sul do país, mas com maior incidência nas zonas norte e centro, e renderam aos diferentes grupos cerca de um milhão de euros, sendo que, em alguns dos assaltos, os montantes apropriados ultrapassaram os cem mil euros. A forma cirúrgica como os crimes eram cometidos indiciava que os elementos dos grupos tinham acesso a informação privilegiada sobre o modo como os transportes de valores eram efectuados pelos CTT, apurando-se, no decurso da investigação, que um elemento de um dos grupos tinha acesso, por razões profissionais e familiares, aos procedimentos adoptados pela referida empresa. No decurso da operação foram apreendidos cerca de cento e quarenta mil euros em numerário, escondidos nas habitações e veículos dos suspeitos, bem como mais de duas dezenas de viaturas automóveis e motociclos de gama alta, algumas furtadas e viciadas, além de mais de uma dezena de armas de fogo e outras. Os detidos, com idades compreendidas entre os 31 e os 46 anos de idade, com profissões de fiel de armazém, empresários do ramo automóvel e agrícola, e os outros sem actividade laboral, foram presentes a primeiro interrogatório judicial, tendo sido aplicada a três deles a prisão preventiva e aos restantes outras medidas de coacção não detentivas.
