Américo Pereira, presidente da Junta de Freguesia Serra/Junceira, aproveitou a recente sessão da Assembleia Municipal de Tomar para arrasar por completo o apoio ao associativismo protocolado entre a autarquia nabantina e os clubes/entidades do concelho. O autarca sublinhou como maus exemplos a desigualdade no que diz respeito às filarmónicas, onde a Gualdim Pais aparece em plano de evidência face ao subsídio que lhe é atribuído, e ainda aos ranchos folclóricos, considerando que o «Barcelona do concelho», ou seja, o Rancho de Alviobeira, ficou claramente prejudicado face aos demais. Américo Pereira não poupou nas palavras: «Foi um bodo aos pobres. Desta vez sim, isto foi em cheio. Foram atribuídos subsídios que estão fechadas desde há anos, nem direcção têm… Foram atribuídos subsídios a associações que têm instalações ilegais e foram deixadas associações que muito têm feito para a cidade, nomeadamente para a Festa dos Tabuleiros. Relativamente às filarmónicas, assiste-se aqui, naturalmente, a uma violação claríssima do princípio da igualdade. Três filarmónicas, três números distintos, sendo que a Gualdim Pais leva a parte de leão. Quanto aos ranchos folclóricos, bom isto é mesmo música… O Rancho Folclórico de Alviobeira é assim mais ou menos como o Barcelona em Espanha. Pois o Rancho de Alviobeira é o menos bafejado pela sorte. Repare-se nisto: há ranchos que merecem um aumento do ano passado para este na ordem dos 2600 euros, enquanto Alviobeira, que tanto tem dignificado o concelho, vai receber a mais 1872 euros. Vá lá, vá lá… E depois, aqui no meio das associações, tenho que brincar com isto. Vou criar a casa do Bayern de Vale de Laje porque não tem nada que saber: as casas dos clubes têm todas subsídios. Então mas isto faz algum sentido colocar no mesmo saco casas de clubes com associações?!».
Relativamente aos números de que Américo Pereira falou, salta, efectivamente, à vista o apoio concedido à Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, presidida pelo vereador Bruno Graça, que recebe 37 mil euros em 2015 para as todas as actividades desenvolvidas, mais quatro mil do que no ano passado. Outra Sociedade, a Nabantina, fica-se pelos 4500 euros também para toda a “programação”. Por sua vez, o Rancho Folclórico e Etnográfico de Alviobeira recebe 3500 euros, um valor bem abaixo do que recebem outras colectividades do género.