Foi no no salão da Associação Recreativa e Filarmónica Frazoeirense que o Rancho Folclórico de Alviobeira apresentou o espetáculo Retalhos. Numa associação de grandes pergaminhos históricos e onde a música e a cultura andam der mãos dadas, e onde grandes peças de teatro são levadas á cena, a directora do Rancho- Manuela Santos refere”. A data era importante, afinal não é todos os dias que uma associação comemora cento e setenta e seis anos de atividade ininterrupta. Para quem vai a caminho dos trinta, parece uma data longínqua e de difícil alcance. Reconhecemos nesta associação semelhanças com a nossa, embora uma se dedique à musica filarmónica e a outra ao folclore, a verdade é que ambas primam pela dedicação, entusiasmo e dinamismo, sendo ambas marcos importantes na cultura da sua terra e do seu concelho. A Frazoeira é uma terra com “personalidade”; não sei se pelas belas quintas e solares existentes, pelas árvores centenárias, pela proximidade da mística aldeia de Dornes, a verdade é que quando ali chegamos parece que recuamos no tempo e ficamos completamente rendidos à beleza e à imponência do património material ali existente, silêncios que falam e que parecem ter tanto para contar.
A beleza e a grandiosidade dos solares não deixa ninguém indiferente, eu chamei-lhe “grandiosidade serena”, o que quer que isso possa significar. O ambiente que se respira leva-nos a imaginar histórias e contos, guardados misteriosamente em cada pedra, em cada árvore, em cada casa.Uma terra “encantada” que cheira a verde… ” o verde nasce, os pássaros um azul quente…
Uma terra aqui tão perto de nós mas uma mística diferente. A mim bastou-me algumas horas no local, para ficar fascinada e para começar a fervilhar na minha cabeça mil ideias para espetáculos que ali tão bem se enquadravam.Mas este silêncio não significa que a Frazoeira seja uma terra parada no tempo, pelo contrário, é uma terra que a exemplo de Alviobeira muita coisa acontece. O passado convive harmoniosamente com um presente ativo, dinâmico, culturalmente e socialmente falando. Há 176 anos que esta associação tem desenvolvido um trabalho ímpar para o crescimento, dinamização desta terra e das suas gentes. Aqui o passado e o presente convivem lado a lado sem atropelos nem guerras.Foi nesta terra de fascínios que Retalhos foi apresentado. Contrastes que podem parecer ao acaso, mas que querem dizer muita coisa: numa noite quente de Outono que mais parecia de verão, um espetáculo “moderno” mas que falava de histórias passadas, uma terra serena mas a fervilhar de cultura. Foi assim rodeado de contrastes que o RFEA levou a palco o espetáculo RETALHOS.Fomos recebidos com amabilidade e desde o primeiro momento sentimo-nos em casa. Agradecemos o convite que muito nos honrou, esperamos ter estado à altura das expetativas e expressámos aqui os votos de no futuro continuar a desenvolver esta pareceria que tem tudo para dar bem”.
De verdade a Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense fundada em 08-09-1841 pelo comendador Higino Otto de Queiroz e Mello, no lugar da Frazoeira, freguesia de Dornes, concelho de Ferreira do Zêzere, distrito de Santarém. Na altura, não dispondo de sede própria, a Filarmónica Frazoeirense passou por varias sedes provisórias nos lugares de: Frazoeira, Outeiro da Frazoeira, Casal do Carril, Carril e Frazoeira (casa Visconde de Tinalhas) e em 1957 é então construída a sua sede própria onde ainda se encontra no lugar onde foi fundada. A sede desta colectividade foi restaurada, tendo agora boas condições para a banda, escola de música, Grupo de Teatro e para a realização de espectáculos no renovado salão de festas. Com 176 anos, passaram por esta colectividade centenas de músicos. Com a banda aprenderam, aperfeiçoaram-se e alguns fazem hoje da música profissão. Uma ocupação dos tempos livres para os jovens, grande lição de bairrismo e gosto pela cultura musical popular. Também os maestros, directores e benfeitores, fizeram e fazem parte desta histórica colectividade. Todo o trabalho e dedicação estão bem patentes nos óptimos resultados que a todos é dado ver. A Filarmónica Frazoeirense tem actualmente 47 músicos de ambos os sexos na sua maioria jovens, e para ser possível dar continuidade á banda de música temos uma escola de música a funcionar todo o ano. O Grupo de Teatro Renascer existe desde 2004 é composto por cerca de 30 atrizes e atores, é encenado por Hélio Antunes que é também autor das 10 peças já apresentadas. Pelo trabalho desenvolvido ao longo dos anos, esta colectividade foi reconhecida como Instituição de Utilidade Publica, publicado no Diário da Republica em 15/01/1993 II serie n.º 12, encontra-se filiada na Federação Portuguesa de Colectividades de Cultura e Recreio e no Inatel. Herdeira da Banda do Carril a primeira banda que tocou com orquestração e Alfredo Keill que aqui passava férias, frequentemente com o Rei D. Carlos a marcha patriótica que veio a ser o nosso Hino Nacional (Alfredo Keill faleceu antes da implantação da República). A Frazoeira faz hoje parte da freguesia de Nª Srª do Pranto que agregou as freguesias de Dornes. A Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro aprovou a reorganização administrativa do território das freguesias e a Freguesia de Nossa Senhora do Pranto foi criada por agregação das freguesias de Dornes e Paio Mendes. Tal denominação não caiu tão bem nos poucos moradores de Dornes hoje aldeia vencedora do concurso televisivo e que é ponto da ida há muitos anos, ou décadas dos Círios a Nª SRº do Pranto. Foi aqui que o rancho de Alviobeira numa digna recriação histórica há poucos anos chegou de Alviobeira na Segunda feira de Espírito Santo de galeras e carroças.
Nas recentes eleições de 1 de Outubro de 2017 foi eleito nesta freguesia o dinâmico Manuel Nunes, um homem dedicado à cultura e à sua “banda” e que muitos carinhosamente apelidam do “Manel da Banda” ex-funcionário da Casa do Povo, depois de muitos anos esta freguesia ter eleitos do PSD e o povo agora apostar numa lista liderada pelo PS e por este dinâmico Frazoeirense.António Freitas