Como seria de esperar, o foco da recente Assembleia Municipal de Tomar que não chegou ao fim incidiu sobre a posição assumida pelo vereador Bruno Graça em torno da não-realização do mercado e feira semanal no último 1 de Maio, não atendendo, desta forma, ao abaixo-assinado promovido pela esmagadora maioria dos comerciantes que, precisamente, pretendia o cenário inverso. José Delgado, eleito do Partido Social-Democrata, foi uma das vozes mais críticas neste particular, afirmando mesmo que Bruno Graça conseguiu vergar presidente da Câmara e vereadores do Partido Socialista: «O senhor vereador Bruno Graça hoje caiu em graça… Impôs a sua vontade à Câmara, à senhora presidente, aos senhores vereadores do PS e da CDU… Dou-lhe os parabéns pois conseguiu vergar, até conseguiu um voto de qualidade da senhora presidente. Os comerciantes queriam mercado no dia 1 de Maio mas o senhor vereador não deixou. Empurrou o mercado para a quinta-feira anterior. Foi um fracasso. Não teve ninguém. Esqueceu-se que no mesmo dia Ourém promove um grande mercado. O senhor não conhece a envolvente, só conhece o horto… O senhor quis impor e conseguiu, mas realiza um concerto com a Gualdim Pais na biblioteca. Um peso e duas medidas… Senhora presidente é a grande responsável como líder deste grupo».
A defesa de Bruno Graça foi feita por Luís Antunes, presidente da Junta de Freguesia de Paialvo. O autarca considerou mesmo que o vereador da CDU deveria ter pedido a palavra para defesa da honra. Luís Antunes olhou para a bancada do PSD e falou em «demagogia» e «hipocrisia», pedindo mesmo para que os sociais-democratas não envergonhassem mais a Assembleia: «Lamento que o vereador Bruno não tenha pedido a palavra em defesa da honra, mas também não sou advogado de defesa dele. O vereador Bruno já teve fricções fortes com a etnia cigana, conseguiu conversar e não houve “burburinho”. Naquela determinada sexta-feira, por volta das cinco da manhã, andavam muitos a ver se isso acontecia, mas não aconteceu nada disso. Agora com o mercado foi a mesma coisa… foram para lá (ndr: eleitos do PSD) com comunicados debaixo do braço mas voltaram com eles para a Sede. Tentaram trazer para aqui (ndr: Assembleia Municipal) e eles não vieram porque eles sabem bem que vão ter um bom mercado. Ninguém se esquece que queriam acabar com o mercado. Palavras para quê? Não nos envergonhem mais!».