Poucos têm dúvidas de que o incêndio que deflagrou em Abrantes, nesta quarta-feira, teve origem em mão-humana. Basta ter em consideração que teve o seu início depois das 18 horas, numa altura em que o calor não era tanto quanto isso, sendo que depois do alerta surgiram mais alguns focos (entre quatro a cinco), quase que de forma estratégica. Para além disso, durante as horas seguintes, houve registo para um conjunto de ignições pelo distrito, nomeadamente pelo Médio Tejo, ocorrências que tiveram lugar em Alcanena, Tomar ou Sardoal, só para dar exemplos mais flagrantes. Como não podia deixar de ser, há equipas de investigação da Polícia Judiciária e da Guarda Nacional Republicana pelo terreno no sentido de encontrarem algum indício que possa conduzir ao apuramento de responsabilidades. Mas, como acontece na maior parte destes casos, ou há efectivamente fortes indicadores ou alguns testemunhos sobre o que terá acontecido… ou a culpa, uma vez mais, morre solteira, com claro prejuízo para milhares de pessoas que, durante estes meses, têm perdido a respectiva habitação e, pior do que tudo, a própria vida.