Depois de inúmeros concertos um pouco por todo o país, com direito a passagem pelo Brasil, os Virgem Suta preparam-se para um grande concerto na noite inaugural do Bons Sons (11 de agosto). A banda é aliás um dos nomes em destaque no festival que faz questão de juntar os artistas mais consagrados da música portuguesa na bonita aldeia de Cem Soldos (no concelho de Tomar). A subida ao palco Lopes Graça está marcada para as 23h15. Em palco, Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda brindam-nos com uma sonoridade luminosa e bem-humorada, capaz de nos deixar de alma cheia e sorriso rasgado de orelha a orelha, mesmo nos dias mais negros. De recordar que os Virgem Suta foram um dos grandes finalistas da edição deste ano do Festival da Canção. Apesar de não ter sido eleita como representante portuguesa na Eurovisão 2017, a canção “Gente Bestial” acabou por ser uma das mais votadas da competição. A história dos Virgem Suta não é a história normal das bandas de hoje em dia. Não foram descobertos através do Myspace, não fizeram uso das autoestradas da informação para conquistar os milhares de fãs. Valeram-se de duas guitarras, da voz e da quase “ousadia” de uma mão cheia de canções e, sem exageros líricos, as suas autoestradas foram outras. Não descartam a tradição, transpiram portugalidade e assumem-no. Mas são tão contemporâneos que a raiz portuguesa só lá está porque não têm outro remédio. Não tenhamos dúvidas que se fossem espanhóis, tocariam castanholas. Assim, tocam Adaúfe e cavaquinho porque é isso que lhes é natural. A isto aliam uma ironia que aparece a espaços, insólita, não de riso fácil, mas daquele que só é esboçado depois de se ter desconstruído a mensagem.